A onda surfada há um ano na Nazaré pelo havaiano Garrett McNamara, classificada como a maior onda de sempre já surfada, continua a gerar lucros para a economia local, tendo oferecido maior visibilidade à vila e um aumento da procura turística.
A onda surfada há um ano na Nazaré pelo havaiano Garrett McNamara, classificada como a maior onda de sempre alguma vez surfada em todo o mundo, com cerca de 30 metros, continua a gerar lucros para a economia local, tendo oferecido maior visibilidade à vila e, sobretudo, um aumento da procura turística.
Em declarações à Lusa, Miguel Sousinha, presidente da empresa municipal Nazaré Qualifica, a onda fez crescer a notoriedade da Nazaré a nível internacional e trouxe “uma maior ocupação das unidades hoteleiras e mais clientes nos restaurantes”.
Além disso, sobretudo no último Verão, sentiu-se, no Clube de Desportos Alternativos da Nazaré, “um aumento de praticantes de surf, tanto nacionais como estrangeiros, que querem não apenas ter aulas, mas também ver o sítio onde tudo aconteceu”, revelou o coordenador do clube, Paulo Salvador.
Segundo o responsável, o impacto é notável no aparecimento de “alunos de países nórdicos que tradicionalmente não procuravam” estas aulas, mas também na romaria de atletas internacionais, como Kelly Slater, Joel Parkinson e “muitos outros que vêm ver como são as ondas na Nazaré”.
A satisfação acerca dos benefícios trazidos pela onda é ainda partilhada pelos populares e comerciantes, felizes pelo facto de o acontecimento ter permitido ultrapassar a “má fama do mar da Nazaré, por causa dos afogamentos”.
Vila vai lançar linha de produtos alusivos à onda
Embora admitam que há mais pessoas nos estabelecimentos comerciais e de restauração, os proprietários, como é o caso de Maria Rosa, do restaurante Mar Alto, confessam, porém, que “gastam menos”. Ainda assim, consideram esta divulgação da vila além-fronteiras “muito positiva”.
Um exemplo da “loucura” gerada em torno da maior onda do mundo surfada por McNamara é o enorme sucesso que fez “um postal com a foto da onda”, que “passou a ser o mais vendido e hoje até já está esgotado”, conta Augusta Matias, proprietária de uma loja de artesanato local.
Segundo Miguel Sousinha, o postal “foi iniciativa de uma tipografia local” e comprova a necessidade de criar uma linha de produtos alusivos à onda, que já está a ser planeada.
“Temos o design das peças pensado e acreditamos que até ao final do ano conseguiremos dispor do investimento inicial, na ordem dos 100 mil euros, para lançarmos a linha”, garante.
Entretanto, até ao final do mês, a Nazaré acolhe o evento Red Bull Mito, que vai voltar a colocá-la no mapa das grandes competições internacionais de surf de ondas gigantes.
[Notícia sugerida por Alexandra Maciel e Carla Neves]