A Universidade do Minho é uma das parceiras do projeto internacional TRANSBIO, destinado a reaproveitar resíduos da indústria de frutas e hortícolas por meio do desenvolvimento de tecnologias "amigas do ambiente".
A Universidade do Minho é uma das parceiras do projeto internacional TRANSBIO, destinado a reaproveitar resíduos da indústria de frutas e hortícolas por meio do desenvolvimento de tecnologias “amigas do ambiente”. O consórcio junta 16 parceiros de nove países e permitirá a criação de bioprodutos para aplicar nos diversos setores da economia mundial.
O TRANSBIO, programa financiado pela Comissão Europeia, pretende responder à necessidade de aproveitar da melhor forma os cerca de 200 milhões de toneladas de resíduos de frutas e vegetais produzidos anualmente na Europa.
Mais especificamente, os parceiros envolvidos propõem-se desenvolver tecnologias de fermentação, utilizando bactérias, leveduras e fungos, e recorrer à conversão enzimática para obter produtos de valor acrescentado como bioplásticos, ácido succínico e enzimas, que poderão ser utilizadas em variadas áreas. Ao mesmo tempo, pretendem implementar um conceito inovador para a gestão sustentável da biomassa obtida através da biotransformação de frutos e vegetais.
Uma resposta à escassez de petróleo
Em comunicado enviado ao Boas Notícias, Dorit Schuller, professora do Departamento de Biologia da Escola de Ciências da UMinho, explica que “a biotecnologia industrial é essencial para a construção de uma bio-economia baseada no conhecimento e na criação de produtos e tecnologias sustentáveis e eficientes do ponto de vista ecológico”.
Segundo Schuller, “o uso continuado do petróleo como matéria-prima representa um obstáculo sério para o desenvolvimento económico sustentável, contribuindo também de forma significativa para o esgotamento de matérias-primas não-renováveis e a deterioração do meio-ambiente”.
Por outro lado, aponta a doutorada, que tem centrado o seu trabalho na área da biotecnologia e da genómica de leveduras, as biorrefinarias – que sintetizam produtos químicos industriais a partir de matérias-primas renováveis através de processos biotecnológicos que envolvem microrganismos – são “o único caminho” para o desenvolvimento sustentável da indústria mundial.
Segundo a investigadora, esta abordagem “vai subsituir ou complementar os processos químicos atualmente utilizados e vai gerar novos produtos, predominantemente baseados em matérias-primas renováveis”.
Além da UMinho, o consórcio conta com a participação da portuguesa Biotrend – Inovação e Engenharia em Biotecnologia e engloba também entidades de Espanha, Bélgica, Alemanha, Costa Rica, Argentina, México e Roménia.
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