A ideia de uma melancia sem sementes pode parecer estranha mas é também uma proposta tentadora para quem quer apreciar a fruta sem incómodo. Graças ao trabalho de uma aluna portuguesa, tal deverá ser possível já a partir do próximo ano.
A ideia de uma melancia sem sementes pode parecer estranha mas, embora incomum, é também uma proposta tentadora para quem quer apreciar a fruta sem incómodo. Graças à portuguesa Diana Soares, aluna finalista da Escola Superior Agrária de Castelo Branco, tal deverá ser possível já a partir do próximo ano.
A aposta neste tipo de melancia surgiu no âmbito da sua tese de fim de curso, que consiste em estudar a plantação de melancia sem semente para a empresa Hortas da Idanha, sociedade com participação municipal em Idanha-a-Nova e que agrega os produtores locais.
Em declarações à Lusa, Joaquim Soares, vereador e responsável pela empresa Hortas de Idanha, explicou que o pedido de uma variedade de melancia sem o inconveniente da pevide foi efetuado “por uma cadeia de grandes superfícies, interessada em comprar”.
Na sequência da solicitação, Diana Soares realizou testes com esta nova variedade durante o Verão, tendo colhido os primeiros exemplares nas últimas semanas. Até ao final do mês que vem, a jovem portuguesa espera ter concluído o estudo com indicação dos índices de produtividade, caraterísticas e métodos de trabalho para quem quiser plantá-la.
Melancia será mais cara que a tradicional
Segundo Joaquim Soares, o objetivo é que no Verão de 2013 possa “haver melancia sem semente para distribuir”. O responsável adianta que esta melancia, totalmente vermelha, carnuda e sem pontos negros, será mais cara que a tradicional, já que “o sucesso de germinação é mais baixo e o custo por planta é maior”, mas sublinha que “o sabor é excelente”.
Diana Soares, que tem trabalhado no cultivo desta nova variedade da fruta, muito famosa nos campos de Idanha-a-Nova, alerta que, quem a consumir, vai ainda ver pequenos pontos brancos, “sementes muito pequenas, que se engolem sem notar”, sendo que “todas as outras desapareceram”.
A estudante acrescenta ainda que a melancia sem pevides é “mais pequena, mais fácil de manusear, mais doce e mais crocante”, nascendo a partir de uma variedade sem pólen viável, que tem de ser plantada ao lado de outra que a fertilize: “quanto mais proximidade, melhor o resultado”, conclui.
No total, em 2012, colheram-se 60 exemplares para a realização de testes em laboratório, com diferentes datas de maturação e plantados em condições de terreno distintas. O propósito é apurar qual a melhor forma de produzir e a altura ideal para a colheita.