A Comissão Europeia aceitou, no início de maio, o pedido de Portugal para proibir o cultivo de organismos geneticamente modificados (OGM) na Madeira, noticia o jornal New York Times. A região autónoma torna-se, assim, a primeira região oficialmente l
A Comissão Europeia aceitou, no início de maio, o pedido de Portugal para proibir o cultivo de organismos geneticamente modificados (OGM) na Madeira, noticia o jornal New York Times. A região autónoma torna-se, assim, a primeira região oficialmente livre de transgénicos em toda a União. Portugal solicitou esta proibição alegando que a plantação de produtos geneticamente modificados representa uma ameaça para a biodiversidade do arquipélago, sobretudo para a floresta de laurissilva, uma planta endémica da Macaronésia, região formada pelos arquipélagos da Madeira, Açores, Canárias e Cabo Verde. A floresta laurissilva madeirense é a mais extensa de todas pelo que foi classificada como património da humanidade em 1999.
Já várias outras regiões da UE tinham tentado solicitar, sem sucesso, o reconhecimento a nível europeu desta proibição no seu território. Segundo o jornal norte-americano, a Madeira teve a sorte de acertar na janela de oportunidade que entretanto se abriu.
A aprovação de organismos geneticamente modificados no espaço comum europeu tem enfrentado sérias dificuldades dentro Comissão Europeia. Em março, a aprovação da plantação da batata transgénica Amflora esteve sujeita a moratórias de países como a Áustria, a França e a Grécia. Ao autorizar o pedido da Madeira, a Comissão Europeia espera que os países opositores dos transgénicos se tornem mais flexíveis e autorizem a introdução de novos OGM na UE.
Neste momento, apenas dois produtos transgénicos são autorizados no território europeu: o milho Mon 810, da empresa francesa Monsanto, e a batata Amflora do grupo alemão BASF. Dos 27 países europeus apenas cinco, entre eles Portugal, autorizam a plantação destes dois produtos.
Vários grupos de consumidores e produtores agrícolas da União Europeia alertam para os perigos das plantações geneticamente modificadas, sobretudo ao nível da contaminação dos solos e das espécies não geneticamente modificadas. No entanto, os grupos pró OGM argumentam que estas situações não estão cientificamente comprovadas.
[Notícia sugerida pelo utilizador Nuno Fonseca]