Apichatpong Weerasethakul - ou, simplesmente, "Joe" - é o jovem realizador tailandês que conquistou a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Ainda sem ter completado 40 anos e praticamente desconhecido em Portugal, o cineasta asiático deixou o público
[Foto: © Brigitte Lacombe] Apichatpong Weerasethakul – ou, simplesmente, “Joe” – é o jovem realizador tailandês que conquistou a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Ainda sem ter completado 40 anos e praticamente desconhecido em Portugal, o cineasta asiático deixou o público e o júri de Cannes rendido ao filme “Uncle Boonmee Who Can Recall His Past Lives”.
“Joe” já havia sido premiado em Cannes há seis anos, com a longa-metragem “Tropical Malady” que lhe valeu o Prémio do Júri. No entanto, foi a história de um homem vítima de uma doença renal irrecuperável, retirado numa floresta do nordeste da Tailândia junto da sua família, que conquistou a plena consagração de Weerasethakul.
O Grande Prémio foi também atribuído a um desconhecido do público português, já que, até ao momento, nenhum dos seus filmes estreou nas salas nacionais – o francês Xavier Beauvois fala “Des Hommes et des Dieux”, num retrato da violência e das barbáries cometidas pelo Homem em nome do fanatismo religioso.
Por outro lado, os galardões para Melhor Atriz e Melhor Ator foram arrecadados por nomes já bem conhecidos do público: Juliette Binoche venceu pela sua prestação em “Copie Conforme”, de Abbas Kiarostami; do lado masculino, dois atores ficaram ex-aequo. Javier Bardem distinguiu-se em “Biutiful”, de Alejandro González Iñárritu e Elio Germano em “La Nostra Vita”, de Daniele Luchetti.
As produções francófonas mereceram, naturalmente, outros destaques: “Un Homme qui Crie”, de Mahamat-Saleh Haroun, venceu o Prémio do Júri, enquanto o galardão na categoria de Melhor Realização foi atribuído a Mathieu Amalric. O também francês Serge Avédikian foi distinguido com a Palma de Ouro na secção de curtas-metragens.
“Poetry” foi o filme premiado pelo Melhor Argumento (Lee Chang-dong, que é também o realizador da mesma obra). “Año Bisiesto”, de Michael Rowe venceu a Caméra D’Or.
Finalmente, o Prémio Un Certain Regard distinguiu “Ha Ha Ha”, do sul-coreano Hong Sang-soo, embora “O Estranho Caso de Angélica”, filme de Manoel de Oliveira, tenha merecido uma menção honrosa do mesmo júri.