A Alemanha acaba de lançar dois sites na internet (um para o mercado alemão, outro para o estrangeiro) com o objetivo de atrair mão-de-obra qualificada e superar a escassez destes profissionais, um problema que ameaça a saúde económica do país.
Lançados pelos ministérios do Trabalho e da Economia e da Agência para o Emprego, os sites procuram pessoal qualificado dentro do próprio país (http://www.fachkraefte-offensive.de/) e no estrangeiro (www.make-it-in-germany.com).
O primeiro site pretende facilitar o contacto entre os trabalhadores alemães e as empresas nos setores onde a procura é forte, como tecnologias, telecomunicações ou medicina.
Imigrantes são “sinceramente bem-vindos”
Com mapas e números, o site mostra que os Estados ('Lander') de Baden-Wurtemberg, no Sul, e da Renânia-do-Norte-Vestefália, no Oeste, são os que apresentam maiores necessidades de pessoal qualificado e apela a “garantir em conjunto o futuro da Alemanha”.
O segundo site, disponível em alemão e em inglês, tem por objetivo elogiar a qualidade de vida na Alemanha e facilitar a procura de emprego e instalação aos estrangeiros.
“Com o nosso portal, vamos mostrar aos trabalhadores estrangeiros qualificados porque vale a pena viver e trabalhar na Alemanha. Em particular, queremos mostrar-lhes que são sinceramente bem-vindos”, afirmou, em conferência de imprensa, o ministro da Economia, Philipp Rosler, salientando que a iniciativa dirige-se à União Europeia mas também a outros países.
200 mil trabalhadores estrangeiros por ano
O recrutamento de trabalhadores qualificados é uma prioridade governamental, dado que o envelhecimento acelerado da população e o desemprego baixo (6,7% em maio) compromete o futuro da economia alemã.
O recurso aos imigrantes mostra-se, assim, indispensável. Na mesma conferência, o presidente alemão da Agência para o Emprego, Frank-Jurgen Weise, estimou que sejam necessários 200 mil trabalhadores estrangeiros qualificados por ano, para satisfazer a necessidade desta mão-de-obra.
A crise que afeta a Europa do Sul está a aproveitar à Alemanha, que está a conseguir atrair numerosos jovens diplomados europeus, sem perspetiva de emprego nos seus países. Em 2011, esta situação permitiu-lhe acolher o maior número de imigrantes desde 1996.
Em particular, o número de pessoas provenientes da Grécia, apesar de fraco em valor absoluto, conheceu um crescimento de 90% em relação a 2010, enquanto que o número dos chegados de Espanha cresceu em 52%.
[Notícia sugerida por Vítor Fernandes]