As minas de Moncorvo poderão vir a ser alvo do maior investimento estrangeiro de sempre em Portugal. O Governo prepara-se para celebrar um acordo com a multinacional anglo-australiana Rio Tinto, que prevê apostar até mil milhões de euros no negócio.
As minas de Moncorvo poderão vir a ser alvo do maior investimento estrangeiro de sempre em Portugal. O Governo prepara-se para celebrar um acordo com a multinacional anglo-australiana Rio Tinto, que prevê apostar até mil milhões de euros no negócio.
A companhia prepara-se para dar uma nova vida às minas abandonadas, criando 400 postos de trabalho na exploração do ferro que existe no subsolo. Até agora, mais do que esta exploração, o que poderá dificultar a tarefa é o transporte do minério.
Porém, de acordo com a Lusa, numa fase inicial está prevista a reativação de um troço na antiga linha ferroviária do Sabor entre Moncorvo e Pocinho, com ligação à linha do Douro e, por aí, ao porto de Matosinhos.
A propósito do investimento estimado, o especialista António Mateus defendeu, em declarações àquela agência noticiosa, que a atividade mineira é bastante mais segura hoje do que há 20 anos e deve ser uma prioridade estratégica para o Governo.
“É urgente que Portugal defina uma política que permita conciliar a extração com as preocupações ambientais, exigindo às empresas a obrigatoriedade de adquirir tecnologias que reduzam o impacto no ambiente”, considerou o investigador.
António Mateus salientou o caso das minas de Neves Corvo, em Beja, como modelo a seguir, por julgá-las “um exemplo de 'green mining' à escala mundial” uma vez que “têm em conta os impactos ambientais e tudo fazem para os reduzir”.
O especialista acredita que a atividade mineira pode ser um bom caminho para Portugal e que o país tem capacidade para “ir mais longe”. No entanto, realça, é essencial “existirem condições de natureza política que permitam reabilitar o que existe, atrair investimento estrangeiro, mas incrementar a redução dos impactos”.
Para António Mateus, definir a política a aplicar no setor dos minérios – tendo sempre em conta preocupações ambientais – é, portanto, essencial, já que “o mundo precisa de matérias-primas minerais, especialmente a Europa”.
[Notícia sugerida por Vítor Fernandes]