Um homem britânico que sofria da forma mais mortífera de cancro de pele recuperou surpreendentemente graças à administração de um novo fármaco experimental.
Um homem britânico que sofria da forma mais mortífera de cancro de pele recuperou surpreendentemente e já está em casa depois de lhe ter sido administrado um fármaco experimental quando lhe eram apenas dadas poucas horas de vida.
Há duas semanas, Charlie Jones foi submetido a uma cirurgia de emergência aos tumores malignos que tinham alastrado aos seus rins e, quando acordou, as notícias não podiam ser piores. Os médicos do Christie Hospital, em Manchester, disseram-lhe que não conseguiria aguentar nem mais um dia e, perante a situação, decidiram testar uma droga denominada Vemurafenib, tornada disponível há pouco tempo.
Para espanto de todos, a resposta foi quase imediata e muito positiva. Agora, embora não esteja curado, Charlie está muito melhor e pôde mesmo voltar para junto da família. “Desde que comecei a tomar o novo medicamento tenho vindo a sentir-me mais e mais forte”, disse o paciente à Sky News.
“Estou a voltar a ganhar cor no rosto, o meu corpo sente-se muito melhor. Este fármaco está a ajudar-me a recuperar o meu antigo eu”, acrescentou. Também Louise Howard, namorada do doente, ganhou uma nova esperança com este tratamento. O desejo de casar com Charlie voltou a tornar-se possível de concretizar, à semelhança de muitos outros planos.
“Nestes momentos pensamos em tudo o que ainda queremos fazer com a outra pessoa e em tudo o que planeámos. E esta droga pode ajudar-nos a fazer um pouco mais e dar-nos um pouco mais de tempo juntos”, confessou a jovem ao órgão televisivo.
Primeiro novo fármaco contra melanomas a surgir em 30 anos
O Vemurafenib é o primeiro novo tratamento para os melanomas malignos a surgir nos últimos 30 anos. O fármaco ataca uma mutação genética detetada em cerca de metade dos pacientes com cancro, aumentando a expetativa de vida de nove para quase 16 meses.
James Larkin, oncologista do Royal Marsden Hospital em Londres, já desenvolveu ensaios clínicos com esta droga e observou que os tumores que tinham atingido o fígado de pacientes com cancro encolheram e até desapareceram completamente.
“Conseguir um tratamento que demonstra que os melanomas podem ser tratados e controlados é uma enorme notícia”, declarou o especialista à Sky News. “Durante muito tempo os médicos acreditaram que o melanoma era, de alguma forma, diferente e impossível de tratar. Este fármaco mostra que isso não é verdade”, concluiu.
Segundo os médicos, o Vemurafenib é um “medicamento personalizado”. Em vez de tratar todos os pacientes e esperar pela resposta, é feito um teste preliminar que identifica quais têm tumores que apresentam a referida mutação genética. Aqueles em que esta se verificar, poderão beneficiar do tratamento.
Para já, o fármaco ainda não saiu do Reino Unido e o National Institute for Health and Clinical Excellence (NICE) daquele país terá agora de decidir se o Vemurafenib vai ou não ser amplamente disponibilizado no sistema nacional de saúde. Em qualquer dos casos, os pacientes podem voluntariar-se para tratamento através do Cancer Drugs Fund britânico.