Constituída por dois trabalhadores cegos (Rui e António) e um amblíope (Álvaro), esta equipa assegura a produção de bengalas, fazendo do tato o principal instrumento de trabalho.
“Tem dias que fazemos uma bengala num instante, outros não”, contou à agência Lusa, Rui Ferreira, 44 anos, enquanto explica os procedimentos de produção.
Defende que é preciso aproveitar oportunidades como esta para se inserirem na sociedade, uma oportunidade que também Álvaro Ribeiro, 53 anos, agarrou sem hesitar.
“Isto foi o melhor Totoloto que me apareceu”, exclamou, ao recordar a vida de vendedor de jogo. Vendia cautelas, apanhava chuva, frio e não tinha um ordenado: “Este pelo menos é pouco, mas é certinho quando chega o fim do mês”, disse.
Uma bengala aqui produzida custa 15 euros e pode ser reparada por dois euros, enquanto a alternativa importada custa 50 euros e quando fica danificada “vai para o lixo”, segundo o representante da APEC.
Em Portugal estima-se que existam cerca de 163 mil cegos e amblíopes.