A água que sai das torneiras em Portugal cumpre quase 100% dos valores de análise tidos em conta pela Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Saneamento (ERSAR). Num relatório anual divulgado pela entidade no fim de Setembro, a ERSAR concluiu que a água fornecida aos portugueses é de boa qualidade e se encontra, na grande maioria dos casos, corretamente monitorizada.
Enquanto entidade competente para a qualidade da água destinada ao consumo humano, a ERSAR efetua todos os anos uma análise global da qualidade da água, de norte a sul do país.
Os dados relativos a 2010 são otimistas, já que segundo informa o relatório, “o país mantém a tendência de melhoria em termos do controlo da qualidade da água para consumo humano, tendo sido atingido um valor de cumprimento da frequência regulamentar de amostragem muito próximo dos 100% e praticamente 98% de cumprimento dos valores paramétricos”.
Os casos de exceção referem-se a parâmetros sem impacto negativo na saúde humana, e os casos que realmente podem provocar malefícios foram identificados e acionados os mecanismos para a sua resolução.
Se analisarmos a evolução ao longo dos anos, é evidente a crescente preocupação que se tem registado quanto a este recurso, mostra o relatório. De 1993 a 2009 a percentagem de água controlada passou de 50% para 98%.
Regiões do interior são as menos analisadas
Se um dos grandes problemas deste setor era precisamente a falta de monitorização por entidades competentes, o que este relatório vem dizer é que o valor de análise tem sofrido uma evolução sem precedentes nos últimos anos, tendo mesmo atingido em 2010, 100% de análises realizadas em 228 concelhos portugueses. As regiões onde foram realizadas mais fiscalizações pela ERSAR foram a região Norte e Centro, em oposição aos Açores.
No entanto, apesar da melhoria dos níveis, a entidade autora do estudo considera que “há ainda um número apreciável de entidades gestoras, em regra de pequena dimensão e com um número significativo de zonas de abastecimento, que deverão rapidamente corrigir falhas”, lê-se no relatório.
Os maiores incumprimentos verificam-se na região do interior devido às “maiores carências de recursos humanos, técnicos e financeiros”, e nas zonas do abastecimento que servem menos de cinco mil habitantes.
“Apesar das assimetrias regionais serem evidentes nos pontos anteriores, uma análise mais cuidada dos dados revela que a amplitude destas assimetrias tem vindo a reduzir-se, lenta mas sustentadamente, o que evidencia o esforço realizado pelas entidades gestoras”, informa a ERSAR.
A ERSAR controla a qualidade da água de 432 entidades gestoras de abastecimento de água, o que reflete o universo total do setor em Portugal. A exceção são os sistemas de abastecimento particulares para uso privado, em que a fiscalização é assegurada pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).
Para ler o relatório completo, aceda ao site da empresa clicando aqui.
[Notícia sugerida por Maria Manuela Mendes]