A equipa revelou a sua descoberta na Extreme Solar Systems II, uma conferência internacional, nos Estados Unidos, que reúne cerca de 350 peritos em exoplanetas, incluindo o português.
Os cientistas utilizaram, na sua pesquisa, o espetrógrafo HARPS (High Accuracy Radial Velocity Planetary Search), um equipamento responsável pela deteção de cerca de dois terços de todos os planetas com massa inferior à de Neptuno.
“Estamos num bom caminho”
Nuno Cardoso Santos (na foto) disse há Lusa que “estas descobertas mostram que estamos no bom caminho. O HARPS já superou todas as expectativas e é o instrumento com mais deteções de super terras. Isto promete um futuro risonho e cheio de sucesso para o seu sucessor, o Espresso (Echelle SPectrograph for Rocky Exoplanet and Stable Spectroscopic Observations)”.
Entre os exoplanetas descobertos encontram-se 16 novas super-Terras, uma das quais na zona de habitabilidade da sua estrela.
Ao analisar a amostra de todas as 376 estrelas do tipo solar observadas pelo HARPS, a equipa calculou que cerca de 40% das estrelas do tipo solar terão pelo menos um planeta com massa entre três e 100 vezes a massa da Terra, e que a maioria dos planetas com massas semelhantes ou menores que Neptuno estarão em sistemas com múltiplos planetas.
Um cientista português
Nuno Cardoso Santos é investigador no Departamento de Física e Astronomia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.
Com várias obras publicadas, o português dedica-se ao estudo de planetas extrassolares e das suas propriedades.
Para além disso, o cientista estuda as formações estelares de pequena massa (no infravermelho próximo), a multiplicidade de estrelas jovens, e as propriedades químicas de regiões de formação estelar.
[Notícia sugerida por Teresa Semedo e Teresa Teixeira]