A equipa coordenada por Yoshiki Sasai, do RIKEN Center for Developmental Biology, em Kobe (Japão), desenvolveu o seu trabalho com células estaminais pluripotentes, capazes de se transformar em qualquer tipo de célula especializada do organismo.
Segundo os investigadores, a utilização de novas técnicas de laboratório levou a que as células embrionárias de ratos se transformassem numa cúpula óptica, estrutura que dá origem à retina do olho.
“Resolvemos um problema quase centenário da embriologia, mostrando que os precursores da retina possuem a habilidade inerente de dar origem à estrutura complexa da cúpula óptica”, explicou Sasai num comunicado citado pela AFP.
“Estamos agora mais próximos de conseguir criar tipos diferenciados de células e também tecidos organizados” que poderão ser usados no campo da medicina regenerativa, acrescentou o especialista.
A descoberta é especialmente relevante para pacientes de um grupo de doenças oculares genéticas, conhecidas como retinitis pigmentosa, que danificam a retina e levam à perda gradual da visão.
O estudo já mereceu os comentários de diversos especialistas, entre eles Robin Ali e Jane Snowden, do University College London, que se surpreenderam com o facto do proto-olho apresentar marcadores moleculares característicos da retina neural e do epitélio pigmentado retinal, que ajuda a manter os olhos limpos.
“Uma prova ainda mais impressionante de que estas retinas são genuínas é que, durante a cultura, as cúpulas ópticas sintéticas passam por uma diferenciação celular (…), transformando-se nos principais tipos de célula retinal, incluindo os foto-receptores”, destacam.
[Notícia sugerida pelo utilizador Vítor Fernandes]