?Viagem pela estrada da liberdade? foi o nome da iniciativa que trouxe a Portugal 44 representantes de 17 famílias que, em 1940, foram salvas pelos vistos do cônsul de Bordéus. Os elementos desta Estrada da Liberdade fizeram o mesmo percurso que os r
“Viagem pela estrada da liberdade” foi o nome da iniciativa que trouxe a Portugal 44 representantes de 17 famílias que, em 1940, foram salvas pelos vistos do cônsul de Bordéus. Os elementos desta Estrada da Liberdade fizeram o mesmo percurso que os refugiados percorreram na II Guerra Mundial, entre França e Portugal.
Vieram de sete países e estão unidos a Portugal por um elo comum: o visto que os conduziu, a eles ou às suas famílias diretas, até terras lusas. Entre os refugiados desta comitiva, encontrava-se Lissy Jarvik, ex-presidente da Sousa Mendes Foundation que ainda retém na memória o dia em que, ainda criança, entrou no nosso país.
Nesta iniciativa de homenagem ao "cônsul desobediente", promovida pela Sousa Mendes Foundation (EUA), os 44 elementos das famílias de refugiados atravessaram a pé a ponte que liga Franca a Espanha, em Irun. A mesma ponte que, há 76 anos, foi atravessada por milhares de pessoas que, graças ao cônsul português, escaparam ao regime nazi.
O grupo entrou em Portugal em Vilar Formoso, seguindo depois para a recém recuperada casa do cônsul Sousa Mendes, em Cabanas de Viriato, onde em breve vai inaugurar o museu Aristides de Sousa Mendes.
Em Lisboa, os peregrinos da "Estada da Liberdade" assistiram ao documentário de Diana Adringa, o Cônsul Injustiçado, no Museu no Aljube e foram ainda recebidos pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém.
A visita a Portugal terminou com um passeio de barco pelo Tejo, simbolizando a viagem que muitas destas famílias fizeram para atravessar o Atlântico e chegar às Américas, conta a Sousa Mendes Foundation numa nota de imprensa.
De acordo com a fundação, a partir de França, onde desempenhava a sua missão diplomática, o cônsul Aristides de Sousa Mendes, emitiu cerca de 3.700 vistos, contrariando as ordens do governo de Salazar que, através de uma circular, tinha proibido a emissão de vistos a judeus e outras cidadãos, como os ciganos.