A construção do centro realizou-se no âmbito do projecto “Jirijipe – Saúde comeu uma tabanka” da ONG VIDA – Voluntariado Internacional Para o Desenvolvimento Africano e foi financiado pela Cooperação Portuguesa, a Fundação Calouste Gulbenkian e o Alto Comissariado da Saúde. O projeto contou também com o apoio da campanha “Há vidas que dependem da sua sede”, realizada pela Central de Cervejas e pelas Lojas LIDL.
Este Centro inaugurado dia 19 de abril vai permitir atender cerca de 15 mil crianças, 3.900 grávidas e garantir cuidados básicos de saúde para mais de 85.000 pessoas em áreas carentes tais como, consultas pré-natal, a vacinação, a puericultura, a pediatria e a terapia VIH / SIDA.
Pozzi Morena, da ONG VIDA, explicou ao Boas Noticias que o Centro de S. domingos é apenas o segundo da especialidade a ser criado na Guiné Bissau e o primeiro a ser gerido em co-gestão entre o Ministério da Saúde e a comunidade, representada por uma Associação de mulheres.
“Com esta iniciativa pretende-se não só garantir às mulheres e crianças cuidados de saúde qualidade mas também, ensaiar um novo modelo de gestão das unidades de saúde que permita alcançar o patamar da sustentabilidade através da co-responsabilidade da população na prestação de cuidados de saúde”, salientou a responsável.
Anexo ao Centro funciona uma Casa das Mães [na foto] com capacidade para acolher 12 mulheres em regime de internato. Este tipo de estrutura, a terceira no pais a ser apoiada pela VIDA, permite às mulheres deslocarem-se para tratamento junto de unidades de nível superior sempre que necessitem de cuidados mais diferenciados.
Facilitar acesso a medicamentos
Nesta mesma Casa das Mães foi construída uma Farmácia Popular, que será gerida pela comunidade e que visa ultrapassar a falta de acesso a medicamentos seguros e a preços justos, já que “a falta de acesso aos medicamentos essenciais é uma das mais graves deficiências dos sistema de saúde” da Guiné-Bissau, explica Pozzi.
“A dificuldade em garantir o acesso leva a que vendedores ambulantes e outros especuladores forneçam às populações fármacos sem qualquer qualidade ou controlo a preços exorbitantes contribuindo não só para o agravamento das condições de saúde de quem os compra como também para o seu empobrecimento”, acrescenta.
A farmácia vai tentar contribuir para a resolução desta situação ao mesmo tempo ajudar a sustentar financeiramente o centro: qualquer lucro que venha a existir contribuirá para melhorar o funcionamento do Centro Comunitário.
A equipa técnica do novo espaço conta com um enfermeiro geral que assume a Direcção do centro, duas parteiras e um enfermeiro responsável pelo Programa de Vacinação. Juntam-se a esta equipa guineense dois médicos da cooperação cubana: um obstetra e o outro pediatra. Pozzi Morena acrescenta ainda que o projeto “prevê um plano de formação contínua do pessoal médico que nele opera”.
[Notícia sugerida pela utilizadora Ana Melo Baptista]