Ponto de encontro entre culturas, Timor tem mantido a sua identidade ao longo dos tempos e a gastronomia timorense é disso exemplo, evidenciando, por um lado, as influências que sofreu e, por outro, o modo como as incorporou no seio da sua própria cultura.
Aspetos da culinária portuguesa, chinesa, indiana e africana, podem ser encontrados na gastronomia timorense, mas com um tratamento e utilização muito particulares, uma vez que os timorenses foram exímios na arte de selecionar o que de melhor os contributos estrangeiros poderiam adicionar à sua cozinha.
A influência religiosa e a tendência patriarcal deixaram traços vincados, evidentes nas orações antes das refeições e nas restritas regras de movimentação para a mesa – os homens são, invariavelmente, os primeiros.
No que diz respeito aos ingredientes, o arroz, o coco, o amendoim e o piri-piri são essenciais em quase todos os pratos.
Cabrito, peixe seco, galinha e porco são alimentos de uso regular, ainda que o uso das folhas de papaia, o milho, a mandioca e os legumes sejam uma marca especial da comida timorense.
A banana, o ananás e a papaia evidenciam-se nas sobremesas, com a influência dos coloridos doces indonésios.
Dos pratos típicos destaca-se o saboko de camarão – com o leite de coco a dar um toque especial ao marisco grelhado -, o sassate de cabrito – receita em que é evidente o recurso à soja, tão comum na cozinha chinesa -, e o batardaan – prato idêntico à cachupa africana.