A partir desta segunda-feira é possível visitar online uma nova enciclopédia interativa do património de influência portuguesa espalhado pelo mundo.
A partir desta segunda-feira é possível visitar online uma nova enciclopédia interativa do património de influência portuguesa espalhado pelo mundo. O portal HPIP – Heritage of Portuguese Influence (Património de Influência Portuguesa) é um projeto da Fundação Gulbenkian e vai permitir a comunicação entre vários cidadãos a partir da partilha de fotos e informação sobre os locais tão díspares que consitutem a herança lusitana.
“A ideia é transformar a comunidade em geral em pessoas que nos ajudem a fazer esse inventário e a completá-lo”, explicou Walter Rossa, catedrático de Arquitetura da Universidade de Coimbra e um dos 76 investigadores envolvidos neste trabalho, à agência Lusa.
Ao todo, o site, que partiu da obra coordenada pelo historiador José Mattoso, «Património de Origem Portuguesa no Mundo – Arquitectura e Urbanismo», publicada pela Fundação, reúne 1850 edifícios, obras ou cidades em 550 lugares, todos datados de 1415 a 1999, ou seja, cuja história vai da data da conquista de Ceuta por Portugal ao ano em que Lisboa entregou a Pequim a administração de Macau.
“O aspeto mais interessante e que nos levou a todos a avançar com o 'site' é precisamente a vontade de completar essa informação, pois, ao ser interativo, o portal apela à colaboração, de facto, de todas as pessoas”, salientou Rossa, acrescentando que o HPIP “permitirá a um investigador preparar uma conferência como a qualquer cidadão planear umas férias”.
Tendo em vista este apelo, o portal está aberto à participação de todos os utilizadores, que podem enviar imagens, textos ou vídeos sem necessidade de registo prévio.
Depois, a autoria dos conteúdos será apresentada e reconhecida na página de entrada em que cada um contribuiu, adicionando-se os nomes e os restantes elementos de identificação dos novos colaboradores à lista geral de autores.
Portal quer sensibilizar população para o património
Walter Rossa explicou também que a Fundação Gulbenkian, que se encontra a finalizar a recuperação da Fortaleza de Safim, em Marrocos, espera, através do novo site, “disponibilizar informação de modo a sensibilizar as respetivas populações para o património que têm”.
Isto porque, considerou o catedrático, “muito património relevante, entendido no binómio arquitetura/urbanismo, das décadas de 1950 e 1960, está a ser destruído nas ex-colónias portuguesas em África”.
Segundo o investigador, o estado de conservação do património de influência portuguesa “é assimétrico”: em zonas como o Brasil “tudo está praticamente feito de uma forma definitiva” ao passo que, na Ásia, por exemplo, “haverá muitos sítios de que ninguém sabe, ou onde restam apenas umas pedras”.
Em relação ao desenvolvimento do projeto, os dois eixos principais pretendidos estão enunciados no próprio portal. Os principais propósitos são conseguir uma divulgação mais ampla e uma reunião integrada de informação dispersa que, “conjugados de forma eficaz, podem gerar um feliz efeito recíproco de bola de neve”.
Clique
AQUI para visitar o HPIP – Heritage of Portuguese Influence.
[Notícia sugerida por Vítor Fernandes e Sofia Baptista]
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