O jornal norte-americano Washington Post apaixonou-se por Lisboa. A saudade tão característica dos portugueses bem como o fado, a arquitetura e a luz da capital merecem destaque num artigo onde a autora revela que Lisboa é já uma das suas cidades de
O jornal norte-americano Washington Post apaixonou-se por Lisboa. A saudade tão característica dos portugueses bem como o fado, a arquitetura e a luz da capital merecem destaque num artigo cuja autora revela que Lisboa é já uma das suas cidades de eleição.
“A primeira vez que vi Lisboa senti uma estranha melancolia. Eu nunca antes tinha colocado os pés em Portugal, por isso não havia nenhuma razão para ficar melancólica. Mas o sentimento estava presente, era potente e eu achei aquilo muito estranho”, conta Anja Mutic, que assina o artigo e visitou pela primeira vez Lisboa em 2005.
Anos mais tarde, a cronista voltou à capital portuguesa e percebeu finalmente o sentimento que a tinha arrebatado na sua anterior visita: “eu estava a sentir saudade, a famosa palavra portuguesa que não tem tradução”, partilha.
“Talvez fosse a saudade que me seduziu em Lisboa em primeiro lugar. Adoro andar pelas ruas parcialmente vazias da cidade numa tranquila tarde de domingo, os elétricos amarelos a passar, as paredes cheias de arte de rua que nos faz parar e pensar, a luz a refletir nos telhados cor pastel”, descreve Mutic.
No seu artigo, a autora elogia ainda “o fado que se ouve nos bares de Alfama”, “as ruas, as vielas e as escadarias que aparentemente não levam a lugar nenhum”, “as praças inesperadas cheias de palmeiras e vendedores africanos com roupas coloridas” e os “pastéis de nata que se pode comer com vista para o Atlântico”.
Norte-americana apaixonou-se pelo marido em Lisboa
Quando regressou segunda vez, a norte-americana voltou a apaixonar-se. Desta vez, não só por Lisboa mas também por um luso-angolano. “Não sabia o que o destino me tinha reservado. Conheci um homem na esquina de um bar [em Lisboa, que hoje é o meu marido”, recorda.
O casal ficou durante alguns meses na cidade portuguesa mas acabou por ir viver para Nova Iorque, a terra natal de Anja Mutic. No entanto, a norte-americana não esqueceu Portugal e nove anos depois da primeira visita decidiu voltar “por alguns dias para reencontrar a saudade”.
Na última visita, deixou-se encantar pelas “boutiques situadas entre o bairro chique do Chiado e o Bairro Alto”, o “o boémio Cais do Sodré”, “o antigo Palácio Belmonte”, os “azulejos que se tornaram um emblema de Portugal e que refletem a bela luz” lisboeta e a multiculturalidade do Martim Moniz com “supermercados chinesas, kebabs turcos, restaurantes indianos e lojas africanas”.
A mais recente passagem por Lisboa incluiu ainda uma ida ao Museu do Fado. “Encontrámos pontos de escuta onde podíamos ouvir fado, um velho gramofone, videoclips de espetáculos de fado, um piano do século XIX e uma antiga guitarra portuguesa”, ilustra.
“Havia ainda uma inscrição na parede que dizia: “o fado é um poema que pode ser visto e ouvido”, descreve a cronista, que sempre que volta à capital portuguesa redescobre o significado da palavra saudade.
“Foi só então que percebi. Se tivesse desvendado o enigma não sentiria saudade. E o próprio objetivo da saudade é que ela permanece, fica até ao momento em que me vejo de volta a Lisboa e mais além”, conclui.
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