Com idades compreendidas entre os 18 e os 50 anos, 18 pessoas deixam o seu emprego e dez pedem uma licença sem vencimento para partir este ano para países em desenvolvimento. Um total de dez desempregados decidem dedicar o seu tempo a experiências de voluntariado missionário, representando um total de 3% no universo do número de partidas.
As principais áreas de intervenção das entidades durante a sua presença em projetos de voluntariado missionário são variadas: agricultura, animação sociocultural, construção de infraestruturas, educação e formação, pastoral, saúde, dinamização comunitária, entre outras necessidades sentidas no decorrer dos projetos. Ainda assim a educação e a formação continuam a ser o principal enfoque dos voluntários, estando um total de 32% de entidades envolvidas nestes projetos. Logo a seguir, vem o trabalho pastoral e a animação sociocultural representando um total de 20 e 19% respetivamente, das entidades a trabalhar nestas áreas.
A desenvolver os seus projetos com ou para crianças, estão 21% das entidades, 20% com ou para jovens, 14% com ou para famílias, 12% com ou para mulheres e 11% com ou para idosos. À semelhança dos anos anteriores, o principal enfoque do trabalho dos voluntários e das organizações continua a ser crianças e jovens.
Quando questionados sobre as maiores marcas que os projetos, os países e a vivência em missões de voluntariado, deixam nas pessoas que partem, 31 entidades apontam a aprendizagem de novas formas de ser/estar, 22 a maior sensibilização para a interculturalidade e 21 o desejo de continuação de apoio aos projetos a partir de Portugal, 10 a maior valorização dos recursos naturais. De referir também, que as organizações afirmam que muitos voluntários, após o termo dos projetos, sentem o desejo de regressar ao país de missão para trabalhar numa empresa, ONGD ou associação (11%).
Mais de 1000 voluntários missionários em Portugal
Este ano, são cerca de 1014 jovens e adultos os que realizam ao longo de todo o ano atividades de voluntariado missionário em Portugal, com uma duração que pode ir desde uma vez por dia, uma vez por semana, uma vez por mês, uma semana por ano, e outras, mas com uma regularidade assegurada.
Este trabalho é desenvolvido em todas as regiões do país, tendo uma incidência maior em Lisboa e Vale do Tejo com um total de 281 voluntários. Seguem-se as Beiras (Alta e Baixa) com um total de 160 voluntários, a região do Douro Litoral com um total de 151 voluntários, a Beira Litoral com 137 voluntários, e o Minho com 89 voluntários em ação.
A maior parte dos voluntários desenvolve atividades de animação sociocultural e de trabalho na área da educação e na área da pastoral, num total de 42% de ação nestes campos. 48% das entidades têm como enfoque do seu trabalho com crianças e jovens e 18% tem especial atenção à população mais idosa. 11% dedicam-se ao trabalho com ou para famílias. Na maioria das vezes, a mesma entidade trabalha em várias áreas em simultâneo respondendo às necessidades de diversas populações-alvo.
Estes dados resultam de um inquérito feito a 61 Entidades com diferentes estatutos que integram a Rede de Voluntariado Missionário coordenada pela FEC, nomeadamente ONGD, IPSS, Associações Juvenis, Congregações Religiosas, Paróquias, Dioceses, Fundações e grupos informais de jovens e adultos. Das 61 entidades responderam 39 (mais duas do que no ano anterior) sendo que das 39 organizações, 32 enviam voluntários em missão (mais cinco do que em 2016).