A ingestão de doses elevadas de vitamina E, presente na sua maioria em alimentos de origem vegetal, como frutos secos e cereais integrais, mas também, por exemplo, na gema de ovo, pode ajudar a desacelerar a progressão do Alzheimer.
A ingestão de doses elevadas de vitamina E, presente na sua maioria em alimentos de origem vegetal, como frutos secos e cereais integrais, mas também, por exemplo, na gema de ovo, pode ajudar a desacelerar a progressão do Alzheimer, concluiu um novo estudo desenvolvido por investigadores do Minneapolis VA Health Care System, nos EUA.
A investigação, cujos resultados foram publicados na segunda-feira na revista científica Journal of the American Medical Association, revelou que um grupo de pacientes que recebeu uma dose “farmacológica” desta vitamina apresentou um menor declínio ao nível do raciocínio e da memória e exigiu menos cuidados por parte de terceiros do que os indivíduos que receberam um placebo.
“Descobrimos que a vitamina E desacelerou significativamente o avanço da doença em comparação com o placebo”, explica Maurice Dysken, coordenador do estudo e especialista em geriatria. No entanto, alertam os especialistas, a vitamina não ajuda a desvendar a causa do Alzheimer e não abre caminho à cura, apenas prolongando a qualidade de vida.
O estudo envolveu mais de 600 pacientes com um quadro moderado de Alzheimer, pacientes esses que foram divididos em quadro grupos, cada um dos quais recebeu uma diferente terapia.
Um dos grupos recebeu uma dose alfa tocoferol, uma forma de vitamina E, muito superior à presente nos suplementos vitamínicos (que é de aproximadamente 67mg), a outro foi administrado um fármaco habitualmente usado para combater o Alzheimer, a memantina, um terceiro grupo recebeu uma combinação de vitamina E e memantina e o último recebeu um placebo.
Segundo os investigadores, os doentes a quem foi administrada apenas a vitamina E experienciaram uma redução de 19% na percentagem anual de declínio cognitivo em comparação com os que tomaram o placebo ao longo do acompanhamento feito pelos especialistas durante cerca de dois anos.
Na prática, esclarece Dysken, os pacientes que receberam as maiores doses de vitamina E desfrutaram de um atraso de mais de seis meses na progressão do Alzheimer, o que, de acordo com os cientistas norte-americanos, pode ser um grande benefício, já que o declínio experimentado pelo grupo do placebo significou, em muitos casos, a perda total de capacidade dos voluntários de se vestirem ou tomarem banho sozinhos.
Além disso, concluíram ainda os investigadores, os elementos do grupo da vitamina E exigiram, em média, menos duas horas de cuidados por dia. Pelo contrário, nem a memantina nem a combinação deste medicamento com a vitamina E mostraram benefícios clínicos ao longo do ensaio.
Ingestão da vitamina deve ser supervisionada
O uso de vitamina E para travar a evolução do Alzheimer parece ser, para a equipa de Dysken, uma opção segura, não se tendo traduzido num maior risco de doença ou morte. No entanto, se tomada em grandes quantidades, esta vitamina pode induzir reações indesejadas na interação com outros medicamentos, como é o caso dos anticoagulantes.
Tal significa, aconselha o líder do estudo, que os pacientes interessados em experimentar esta alternativa deverão sempre fazê-lo sob supervisão de um médico.
Clique AQUI para aceder ao estudo (em inglês).
Notícia sugerida por Maria da Luz