A partir do final do ano, o vinho produzido pelos alunos da Escola Superior Agrária de Santárem (ESAS) - que conta com 8,3 hectares de vinha e uma adega - deverá começar a ser comercializado, permitindo aos estudantes aprender fazendo.
A partir do final do ano, o vinho produzido pelos alunos da Escola Superior Agrária de Santárem (ESAS) – que conta com 8,3 hectares de vinha e uma adega – deverá começar a ser comercializado. O objetivo é permitir que os estudantes aprendam com a prática, isto é, fazendo.
“Os nossos alunos participam em todo o processo, desde a poda da vinha ao acompanhamento de todo o ciclo vegetativo da videira até à produção de vinho na adega” que, não sendo “o último grito em termos tecnológicos” permite-lhes “porem a mão na massa”, proporcionando “um ensino diferente, não apenas teórico”, disse à Lusa a enóloga Helena Mira, também vice-presidente do Departamento de Tecnologia Alimentar, Biotecnologia e Nutrição da ESAS.
A direção da instituição de ensino superior decidiu até expandir a área de vinha, introduzindo novas castas de uva branca (Arinto, Chardonnay e Sauvignon Blanc, que se juntaram à Fernão Pires) e acrescentando, assim, ao vinho tinto, cuja colheita de 2011 permitiu produzir 13.000 litros, a produção de brancos.
As uvas saídas da vinha situada na Quinta do Quinto, em Vale de Figueira, a uma dezena de quilómetros, vão chegar nos próximos dias à adega da escola. De acordo com Helena Mira esperam-se bons resultados. “Vai ser excelente. Temos uma boa produção, uvas de muita qualidade, com uma boa maturação, homogénea. Este ano está a correr muito bem”, revelou.
Menor quantidade, maior qualidade
Entretanto, a ESAS, uma das cinco escolas superiores do Instituto Politécnico de Santárem, já registou duas marcas com as quais espera começar a comercializar o seu vinho, até aqui maioritariamente vendido a granel, a partir do fim de 2012: a Tejo Intenso e a Polinómio.
A marca Tejo Intenso foi, inclusive, criada por um dos alunos da escola, no âmbito do concurso Poliempreende, com o propósito de ajudar a comercializar o que a instituição produz; não apenas o vinho, mas também azeite e queijos.
“É preferível produzir em menor quantidade e ter um vinho bom para conseguir comercializar com a nossa marca”, considerou Helena Mira, acrescentando estar apenas à espera da aprovação dos novos rótulos pela Comissão Vitivinícoal Regional (CVR) do Tejo.
Em declarações à Lusa, António Azevedo, diretor da ESAS, que este ano comemora 125 anos, adiantou que, com o apoio de um conjunto de parceiros, a Agrária de Santárem pretende criar um laboratório de ideias que, aproveitando as estruturas existentes, ajude a desenvolver novos produtos e a incentivar o empreendedorismo por parte dos alunos.