O "histórico" vinho da Madeira está (outra vez) na moda. A opinião é do jornal norte-americano Wall Street Journal que publicou um longo artigo dedicado à produção vínica madeirense e ao passado do néctar que tem vindo a recuperar a popularidade.
O “histórico” vinho da Madeira está (outra vez) na moda. A opinião é do jornal norte-americano Wall Street Journal (WSJ), que publicou, recentemente, um longo artigo dedicado à produção vínica madeirense e ao passado do néctar que tem vindo a recuperar a popularidade junto de apreciadores e profissionais.
A publicação falou com vários especialistas, entre eles Michael Scaffidi, 'sommelier' de um dos mais prestigiados restaurantes de Nova Iorque, o Union Square Café, que diz considerar o vinho da Madeira “muito mais 'cool' do que o do Porto”, com o qual os clientes tendem a compará-lo antes de o provar.
“Mais e mais consumidores de vinho parecem concordar com esta opinião”, escreve a autora do artigo, Lettie Teague. Com efeito, destaca a colunista de vinhos do WSJ, “de acordo com o Instituto de Vinhos da Madeira, as vendas deste vinho português nos EUA saltaram de 1,23 milhões de dólares para 2,13 milhões nos últimos quatro anos”.
Teague descreve-o como “um dos vinhos mais complexos do mundo, com diversos estilos e uma história ilustre” e explica que se trata de um vinho “fortificado” produzido na ilha portuguesa que lhe dá o nome e que já foi, em tempos, o favorito dos norte-americanos, inclusive do primeiro presidente dos EUA, George Washington, um dos primeiros a bebê-lo no século XVIII.
Para a especialista, no topo da lista dosvinhos da Madeira estão os 'vintage' de produtores como D'Oliveiras ou Barbeito, “que são envelhecidos durante um período mínimo de 20 anos e muitos deles até durante um período mais longo, que pode chegar a vários séculos” e que estão a tornar-se “cada vez mais difíceis de encontrar”.
“Os preços de leilão para os vinhos 'vintage' da Madeira têm subido de forma consistente ao longo do ano. Durante um leilão da Christie's em Nova Iorque no passado mês de Dezembro, a mais velha garrafa de sempre de vinho Madeira (1715) tinha um valor base de licitação de 4.500 dólares (cerca de 4.000 euros) e foi vendida por 26.950 dólares”, recorda Teague (aproximadamente 24.500 euros).
Ainda assim, realça a colunista, “os atuais vinhos da Madeira são produzidos de forma prática e inteligente” com resultados “tão robustos” que os seus admiradores acreditam “que pode durar praticamente para sempre”.
No entender do 'sommelier' Michael Scaffidi, entrevistado pelo”todos os que gostam de vinho vão gostar do vinho da Madeira”, pelo que todos os apreciadores têm potencial para se tornar fã deste produto português.
“Eu acho que é verdade”, concorda a especialista do WSJ, admitindo, porém, que “são precisos muitos anos para aprender todos os estilos e tipos do vinho da Madeira, sem mencionar a sua história”. “Pelo menos temos muito tempo para o beber. Talvez até tenhamos a eternidade”, finaliza Teague.
Clique AQUI para aceder ao artigo publicado no Wall Street Journal (em inglês).
Notícia sugerida por Maria da Luz