Embora sejam, tradicionalmente, vistos como inimigos da saúde dos mais pequenos, os videojogos podem, afinal, ser úteis para aumentar a energia que estes gastam, diminuindo, por sua vez, o risco de obesidade das crianças citadinas.
Embora sejam, tradicionalmente, vistos como inimigos da saúde dos mais pequenos, os videojogos podem, afinal, ser úteis para aumentar a energia que estes gastam, diminuindo, por sua vez, o risco de obesidade das crianças que vivem nas cidades. A conclusão é de um estudo norte-americano dado a conhecer recentemente.
Em comunicado citado pela imprensa internacional, Todd Miller, professor no departamento de ciência do exercício da Universidade de George Washington, nos EUA, admitiu que “muita gente diz que o tempo que as crianças passam em frente aos ecrãs é um elemento importante no aumento da epidemia de obesidade infantil”.
“Mas se um miúdo odeia jogar à bola e adora o [o jogo] 'Dance Dance Revolution', porque não deixá-lo transpirar a jogar jogos eletrónicos?”, questionaram-se, inicialmente, os investigadores, que realizaram um estudo com 104 crianças entre o 3º e o 8º ano de escolaridade de estabelecimentos públicos do distrito de Columbia.
A equipa de cientistas comparou, então, as atividades habituais das aulas de educação física com jogos eletrónicos como “Dance Dance Revolution”, onde a criança é levada a dançar ao ritmo de música eletrónica com coreografias cada vez mais complicadas” ou o “Winds of Orbis: An Active Adventure”, no qual o jogador encarna um super-herói que tem de trepar, saltar e fazer outros movimentos.
Miller e os colegas descobriram que, em média, os jovens gastavam mais energia nas atividades de educação física mas, no caso dos alunos entre o 3º e o 5º ano, os videojogos também lhes permitiam cumprir os critérios de intensidade recomendada de atividade vigorosa.
Uma alternativa para as crianças mais novas
Graças aos resultados do estudo, para publicação na revista científica Games for Health, os investigadores sugerem agora que os jogos eletrónicos possam constituir-se como uma alternativa útil à educação física nas crianças mais jovens.
“Muitos destes miúdos vivem em bairros sem zonas seguras para brincar ou para andar de bicicleta depois da escola”, salienta Miller. “Se os videojogos os puserem a mexer na escola, talvez joguem em casa também e essa mudança pode aumentar os seus níveis de atividade física”, acrescenta.
Já no caso dos adolescentes e crianças mais velhas, a situação é mais complicada, uma vez que, revelou a investigação, os jogos não são suficientes para a promoção do volume de atividade física recomendado.
De realçar que a obesidade infantil afeta cerca de 17% das crianças e adolescentes nos EUA, sendo que dezenas de escolas em vários estados do país têm começado a apostar na utilização de videojogos ativos nas aulas de educação física para tentar motivar os estudantes que não gostam da prática desportiva.
[Notícia sugerida por Maria Manuela Mendes]