Uma equipa da Universidade do Minho e do Instituto Politécnico do Porto apresentou, este sábado, a versão portuguesa de um videojogo que ajuda crianças com dificuldades de leitura em todo o mundo e que vai agora ser testado em Portugal.
Uma equipa da Universidade do Minho e do Instituto Politécnico do Porto apresentou, este sábado, a versão portuguesa de um videojogo que ajuda crianças com dificuldades de leitura em todo o mundo. Graças a um projeto-piloto, os jovens do distrito do Porto vão agora poder contar com a ajuda do “Graphogame” para aprender melhor.
Este software lúdico, intuitivo e adaptado ao grau de evolução de cada um que agora está disponível em português foi dado a conhecer pelas investigadoras Ana Sucena Santos, Fernanda Leopoldina Viana e Joana Cruz no âmbito dos Encontros Li, que decorreram no Instituto de Educação da Universidade do Minho (UMinho), em Braga.
Em comunicado enviado ao Boas Notícias, a instituição de ensino superior minhota explica que o “Graphogame” permite às crianças associar, entre cenários de piratas, desertos e oceanos, o som e as respetivas letras aos objetos que caem do céu.
À medida que avançam no jogo, os alunos deparam-se com associações gradualmente mais difíceis até que, sem se aperceberem, conseguem já relacionar os sons com vogais, consoantes, sílabas e palavras simples, compostas e irregulares.
Videojogo é “um treino divertido e intensivo”
Em Portugal, está agora previsto um teste-piloto com o uso do videojogo em escolas do distrito do Porto durante o ano letivo 2014/2015 por crianças com e sem dificuldades de leitura. Consoante os resultados obtidos, as investigadoras consideram mesmo vir a alertar o ministro da Educação, Nuno Crato, para a importância pedagógica do “Graphogame”.
Segundo Ana Sucena Santos, professora da Escola Superior de Tecnologias da Saúde do Instituto Politécnico do Porto e investigadora do Centro de Investigação em Estudos da Criança da UMinho, este jogo “é um treino divertido, intensivo, não cansa e não permite a frustração, pois adapta-se ao ritmo de cada um, como um tutor”.
“A criança passa de nível pela rapidez e ao atingir pelo menos 80% de acertos”, realça a docente, que acrescenta que o facto de o projeto estar “concebido como um jogo” motiva os alunos, possibilitando “menos tensão, uma aprendizagem mais rápida e um maior envolvimento dos pais e docentes”.
Para a investigadora, o uso do “Graphogame” deve mesmo ser “contínuo e regular”, idealmente entre a casa e a escola, havendo a possibilidade de o software vir a chegar a todo o país, onde cerca de 5% das crianças são disléxicas, podendo dar aos alunos a hipótese de beneficiar de um aumento da facilidade de desodificação, habilidade de leitura e capacidade de consciência fonológica graças a correspondência entre som e letras.
O “Graphogame Português Fluente”, a versão portuguesa do jogo, foi desenvolvido num ano e a gravação dos sons decorreu nos estúdios da Rádio Renascença. O projeto é original da Finlândia e faz parte dos currículos do Ministério da Educação daquele país.
Até ao momento, o videojogo já apoiou mais de 300 mil pessoas em todo o mundo em diversos idiomas, como inglês, sueco, holandês e estoniano. O projeto original foi criado na Universidade de Jyväskylä, com a parceria do Instituto Niilo Mäki.
Clique AQUI para saber mais sobre o “Graphogame” no site oficial do jogo (em inglês).