Graças à tecnologia, uma mulher canadiana com uma grave deficiência visual conseguiu concretizar o sonho de ver o seu bebé. Um par de óculos especial permitiu a Kathy Beitz conhecer o filho depois do nascimento.
Graças à tecnologia, uma mulher canadiana com uma grave deficiência visual conseguiu concretizar o sonho de ver o seu bebé. Um par de óculos especial permitiu a Kathy Beitz conhecer o filho depois do nascimento, um privilégio que muitos pais tomam como garantido mas que, no seu caso, parecia impossível.
Kathy, de 29 anos, sofre de um problema genético que causa um subtipo de degeneração macular – a doença de Stargardt -, com o qual foi diagnosticada ainda em criança e que a fez perder quase por completo a visão, sendo a visão periférica a única a ser parcialmente preservada.
Porém, um equipamento desenvolvido pela empresa canadiana eSight e que lhe foi cedido especialmente para a ocasião deu-lhe a hipótese de ver o filho, Aksel, poucas horas depois de ter dado à luz, um momento que ficou registado em vídeo e que está a tornar-se viral no Youtube, somando já mais de um milhão de visualizações.
No vídeo, Kathy, com os óculos postos, pega no filho ao colo e olha-o pela primeira vez, deixando escapar um surpreendido “oh, meu Deus”. “Consegui ver que ele tem os pés do meu marido e os meus lábios”, recorda a mulher, em entrevista ao canal canadiano CBC News.
“O meu marido e eu pudemos ter, em família, de olhar para o nosso filho recém-nascido e de nos apaixonarmos por ele”, acrescenta Kathy, que admite que a sensação de ver o pequeno Aksel pela primeira vez a deixou “assoberbada”.
Veja o vídeo do momento em que Kathy vê o filho pela primeira vez, que está a tornar-se viral no YouTube
Os óculos eSight estão equipados com uma câmara de vídeo colocada na zona do nariz, que captura o que está à frente do utilizador e projeta as imagens nos ecrãs de alta definição que constituem as “lentes” dos óculos.
“Os olhos [das pessoas com este problema] conseguem absorver mais informação quando estão a olhar para um ecrã do que numa situação natural”, explica Taylor West, porta-voz da empresa canadiana responsável pelos óculos, que opera em Toronto e Otava, citado pela CBC.
Embora o dispositivo não tenha qualquer utilidade para pessoas que sejam totalmente cegas, pode ser personalizado e adaptado para indivíduos com diversos tipos de limitações visuais, adianta West, acrescentando que é possível ajustar, entre outros parâmetros, o contraste, o brilho e a sombra da imagem.
Os óculos eSight foram lançados em 2013, mas cada par custa 15.000 dólares (cerca de 13.000 euros). Devido ao preço elevado, a empresa conta com um departamento permanente de angariação de fundos que trabalha com o objetivo de ajudar cada vez mais pessoas a juntar dinheiro para adquirir a tecnologia.
Embora vá ter de pagar o dispositivo – com a ajuda da irmã, Yvonne Felix, também ela deficiente visual e que trabalha para a eSight -, Kathy Beitz garante que os óculos a têm ajudado muito nas primeiras semanas de vida do filho, não só no que toca a cuidar de Aksel como em tarefas simples como a leitura dos rótulos numa ida às compras.
Notícia sugerida por Maria da Luz e David Ferreira