Há, pelo menos, 100 milhões de planetas capazes de albergar vida na nossa galáxia. A conclusão é de um estudo desenvolvido pela Washington State University, nos EUA.
Há, pelo menos, 100 milhões de planetas capazes de albergar vida na nossa galáxia. A conclusão é de um estudo desenvolvido pela Washington State University, nos EUA, o primeiro a avaliar, de forma quantitativa, o número de “mundos” na Via Láctea com condições para a existência de vida microbiana.
De acordo com um comunicado da Washington State University, o estudo assume a existência média de um planeta por estrela na Via Láctea e é particularmente significativo porque é o primeiro a basear-se em dados observáveis de corpos planetários localizados fora do sistema solar e não em meras hipóteses.
Os investigadores analisaram a lista crescente de mais de 1.000 exoplanetas conhecidos, socorrendo-se de uma fórmula que contempla elementos como a densidade planetária, a temperatura, o substrato (líquido, sólido ou gasoso), as propriedades químicas, a distância da estrela e a idade, fatores considerados importantes para que possam ser suportadas formas de vida multicelulares.
Com base nestas caraterísticas, a equipa da universidade norte-americana criou, posteriormente, um “Índice de Complexidade Biológica” (BCI, na sigla em inglês) que ordena os planetas numa escala de 0 a 10 consoante a probabilidade que têm de albergar vida, observando que 1% a 2% destes apresentavam um BCI superior a Europa, a Lua de Júpiter que os astrónomos acreditam ter um oceano interior e, consequentemente, potencial para ser habitável.
“Com base numa estimativa de 10 mil milhões de estrelas na Via Láctea, e assumindo que há uma média de um planeta por estrela, é possível que haja 100 milhões de planetas com condições para a existência de vida”, afirma Schulze-Makuch, acrescentando que há mesmo cientistas que “acreditam que este número pode ser 10 vezes superior”.
Vida extraterrestre não é obrigatoriamente animal ou inteligente
Segundo o astrobiólogo, o estudo não deve, porém, ser encarado como um indício da existência de “vida complexa” em 100 milhões de planetas; deve, em vez disso, ser visto como a melhor estimativa feita, até ao momento, quanto ao número de planetas da nossa galáxia com probabilidade de exibir condições que apoiam tal existência.
“Além disso, é preciso compreender que a expressão 'vida complexa' não significa vida inteligente ou até mesmo vida animal, embora também não exclua essas hipóteses”, alerta Schulze-Makuch. “Significa, simplesmente, que podem existir, nestes planetas, e sob várias formas, organismos maiores e mais complexos do que micróbios capazes de formar cadeias alimentares estáveis como as que se observam nos ecossistemas da Terra”, esclarece.
O cientista acrescenta também que, “apesar do grande número absoluto de planetas” potencialmente habitáveis, a Via Láctea “é tão vasta que, estatísticamente, os planetas com elevados valores de BCI estão muito distantes uns dos outros”.
Schulze-Makuch destaca, por exemplo, que “um dos mais próximos e promissores sistemas extrasolares, conhecido como Gliese 581” e que “tem, possivelmente, dois planetas capazes de hospedar biosferas complexas, dista 20 anos-luz” do nosso Sol.
“Por um lado, parece altamente improvável que estejamos sozinhos. Por outro, é possível que estejamos tão distantes de outros planetas com vida com o mesmo nível de complexidade da nossa que conhecer tais formas alienígenas é improvável num futuro próximo”, conclui o especialista.
Clique AQUI para aceder ao artigo científico completo (em inglês).
Notícia sugerida por David Ferreira
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