Um grupo de astrónomos do Observatório Europeu do Sul (ESO) descobriu, recentemente, uma estrela com "propriedades estranhas e incomuns" que aparenta possuir o "segredo da eterna juventude".
Um grupo de astrónomos do Observatório Europeu do Sul (ESO) descobriu, recentemente, uma estrela com “propriedades estranhas e incomuns” que aparenta possuir o “segredo da eterna juventude”. A estrela encontra-se no aglomerado Messier 4, um dos mais de 150 aglomerados estelares que orbitam em torno da nossa galáxia, a Via Láctea.
A descoberta foi efetuada por meio de uma nova imagem obtida no Observatório de La Silla do ESO, no Chile, através do Wide Field Imager – instrumento instalado no telescópio MPG/ESO -, que mostra o Messier 4, uma “bola de dezenas de milhares de estrelas antigas” que é um dos mais próximos de nós e um dos mais estudados pelos cientistas.
Em comunicado, o ESO explica que foram estudadas individualmente muitas das estrelas do aglomerado estelar, que pode ser facilmente observado com binóculos a partir da Terra e se situa na constelação de Escorpião.
Para estudar as suas composições químicas e idades, os astrónomos utilizaram instrumentos montados no Very Large Telescope (VLT) que permitem separar a radiação emitida pelas estrelas nas suas componentes coloridas. As conclusões, acrescentam os cientistas, foram surpreendentes.
Uma vez que as estrelas dos aglomerados são velhas não se espera que sejam ricas em elementos químicos pesados. Porém, uma das estrelas recentemente analisadas surpreendeu os especialistas já que, apesar da sua idade, possui uma quantidade muito maior de lítio, elemento que por norma é gradualmente destruído ao longo da vida da estrela, do que o esperado.
“A fonte deste lítio é um mistério. Esta estrela, ao contrário de milhares de outras, parece possuir o segredo da juventude eterna: ou conseguiu, de alguma forma, manter o seu lítio original, ou encontrou algum modo de se auto-enriquecer com lítio recentemente formado”, conclui o documento divulgado pelo ESO.
O Observatório Europeu do Sul, que celebra, em 2012, 50 anos de existência, é a mais importante organização europeia intergovernamental para a pesquisa em astronomia e é o observatório astronómico mais produtivo do mundo, sendo financiado por 15 países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Brasil, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Itália, Portugal, Reino Unido, República Checa, Suécia e Suíça.