As mulheres que consomem uma maior quantidade de alimentos ricos em ferro, em particular vegetais como os brócolos, correm menos risco de sofrer de tensão pré-menstrual (TPM).
As mulheres que consomem uma maior quantidade de alimentos ricos em ferro, em particular vegetais como os brócolos, correm menos risco de sofrer de tensão pré-menstrual (TPM), síndrome que se verifica nos dias que antecedem a menstruação e que se carateriza por um aumento da irritabilidade, bem como por manifestações físicas como inchaço abdominal ou cefaleia.
A conclusão é de um grupo de investigadores norte-americanos, que acompanhou cerca de 3.000 mulheres ao longo de 10 anos e avaliou a relação entre o consumo de ferro na dieta com o desenvolvimento de TPM, tendo dado, recentemente, a conhecer os resultados do estudo no American Journal of Epidemology.
As participantes envolvidas na investigação, coordenada por especialistas das universidades de Harvard e Massachusetts, completaram três questionários acerca do seu regime alimentar ao longo de uma década. Após esse período, 1.057 mulheres foram diagnosticadas com TPM, ao passo que 1.698 se mantiveram livres deste síndrome.
Os cientistas compararam, então, a ingestão de minerais, nomeadamente de ferro, entre as mulheres que vieram a sofrer do problema e as que se mantiveram sem sintomas.
“Descobrimos que as mulheres que consumiram mais ferro, sob a forma habitualmente presente em vegetais e suplementos, tinham 30% a 40% menos riscos de vir a desenvolver TPM do que aquelas que consumiam uma menor quantidade”, afirma, em comunicado, Elizabeth Bertone-Johnson, a líder da equipa.
“Além disso, obtivemos também indícios de que uma elevada ingestão de zinco está associada a um menor risco de TPM. Pelo contrário, ficámos surpreendidos ao constatar que as mulheres que ingeriam maiores níveis de potássio corriam maior perigo de vir a sofrer do problema”, aponta Bertone-Johnson.
Ingestão de ferro não deve superar dose recomendada
A cientista salienta que “as descobertas precisam de ser aprofundadas através de estudos futuros” e que “em geral, os resultados relativos aos minerais obtidos a partir dos alimentos e dos suplementos foram semelhantes”, alertando que, em qualquer dos casos, as mulheres com maior tendência para sofrer de TPM “devem garantir que ingerem a dose diária recomendada de ferro e zinco” para efeitos de prevenção.
“Os níveis de ferro que se mostraram associados a um menor risco de TPM andam perto dos 20mg por dia, o que é um valor mais elevado do que a dose diária recomendada (18mg) para mulheres na pré-menopausa”, destaca Bertone-Johnson.
Portanto, a especialista deixa uma chamada de atenção. “Como o consumo elevado de ferro pode ter consequências adversas na saúde, as mulheres devem evitar ingerir mais do que um total de 45mg por dia, a menos que o façam por recomendação médica”, frisa.
De acordo com os cientistas, o papel do ferro no alívio dos sintomas da TPM pode dever-se ao facto de este mineral estar associado à produção de serotonina, uma molécula que ajuda a regular o humor.
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