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Valor mais elevado de sempre nos portos de Portugal

Portos do Continente movimentam 89,2 milhões de toneladas de mercadorias em 2017
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Enquanto regulador eco­nómico independente, a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes realizou um relatório sobre o “Tráfego Marítimo de Mercadorias no Contexto da Intermodalidade”, com o objetivo de aprofundar o conhecimento do ecossistema que constitui o objeto da sua atividade, traçando retrato do ano de 2017 e mencionando quais as tendências e os desafios do comércio internacional.

No presente estudo levado a cabo pela AMT é feito um retrato atual do ecossistema marítimo-portuário, contextualizado pela caracterização dos fluxos de mercadorias movimentadas nos vários modos de transporte, no âmbito do comércio internacional.

Segundo os dados apurados pela AMT, no ano de 2017 foram movimentadas, pelos diversos modos de transporte (nomeadamente marítimo, ro­doviário, ferroviário e aéreo), cerca de 261,4 milhões de toneladas de mercadorias em termos de peso líquido, um valor superior em +4,3% ao volume registado no ano anterior, tendo o tráfego nacional sido responsável por 59,9%, e o tráfego internacional por 40,1%.

Este aumento resultou dos parcelares +6,2% para o tráfego nacional e +1,7% para o tráfego internacional, sendo de destacar que a componente nacional teve ainda que ultrapassar o movimento extraordinário e circunstancial de 3,4 milhões de toneladas havida no ano anterior, motivado pela inoperacionalidade do Terminal Oceânico de Leixões, durante cerca de seis meses, para manutenção da monoboia em estaleiro.

No que respeita ao total do tráfego nacional, o transporte marítimo representou em 2017 uma quota de 8,1%, influenciado pelo retorno à trajetória normal sem o movimento extraordinário e circunstancial de 2016 referido no parágrafo anterior. Em termos de tráfego internacional, o transporte marítimo representou 76,1%, após um crescimento de +4,4% face a 2016.

Em termos globais, o volume de mercadorias transacionadas por Portugal (Continente e Regiões Autó­nomas) no âmbito do comércio internacional, atingiu em 2017 um total de 102,6 milhões de toneladas (+5,6% face a 2016) correspondente a um valor de 124,1 mil milhões de euros (+11,5%), a preços correntes. A distribuição modal deste volume de mercadorias confere uma quota maioritária de 58,8% ao transporte marítimo em tonelagem e de 60,6% para o transporte rodoviário em valor.

O tráfego de importação conta com o apoio maioritário do transporte marítimo para a sua realização, que em 2017 representou 61,6% da respetiva tonelagem e de 26,2% do seu valor.Estes indicadores refletem a preferência dos carregadores por este modo de transporte para as mercadorias de grande volume e menor valor unitário, destacando-se o Petróleo Bruto que representa 22,1% do total das importações e 35,8% do total importado por via marítima.

O volume de Importações por utilização dos portos comerciais do Continente, e que cons­tituiu o valor mais elevado de sempre, teve o maior contributo do porto de Sines que repre­sentou uma quota de 56,1%, com uma variação de +0,5% face a 2016 e tendo subjacente uma evolução média anual traduzida por uma taxa de +9,4% nos últimos 5 anos.

Considerando o conjunto dos portos comerciais do Continente, assinala-se um movimento total de 89,2 milhões de toneladas de mercadorias. Este valor representa a melhor marca de sempre e excedeu +1,3% o registado em 2016, resultando do confronto de variações positi­vas de +19,1% de Lisboa, +13,5% de Aveiro, +7,2% de Leixões e +5,3% de Viana do Castelo, e de variações negativas de -0,4% na Figueira da Foz, -3,3% em Sines, -12,6% em Setúbal e -46,3% em Faro.

O transporte marítimo de mercadorias movimentadas nos portos do Continente em 2017 foi asse­gurado por operadores de cerca de 55 nacionalidades distintas, sendo que no tráfego inter­nacional o maior volume foi afeto à Suíça, com uma quota de 24,4%, equivalente a cerca de 16 milhões de toneladas. Estes indicadores excluem os portos de Lisboa e de Setúbal, por não disponibilizarem esta informação.

No tráfego nacional, Portugal mantém a 1ª posição como país de registo preferencial dos ope­radores deste tráfego, com 69,7% (+3,4% face a 2016), seguindo-se a Holanda, em 2º lugar (com 7,5%), a Alemanha, em 3º (com 5,6%), e a Suíça, com 5,2%, em 4º lugar.

O Panamá é o país de registo de navios com maior movimentação em termos de tráfego internacional, responsável por movimentar cerca de 12 milhões de toneladas, correspondente a uma quota de 15%, seguindo-se a Libéria e Malta, com 13,8% e 11,4%, respetivamente. Neste capítulo Portugal regista também um comportamento notável, pois cresce +58,5% para uma quota de 5,1%, a par da Grécia.

O volume de contentores movimentados atingiu em 2017 um total de 2,9 milhões de TEU, +9,3% ao registado em 2016, no seguimento de uma tendência de evolução que tem subjacente uma taxa média anual de crescimento de +6,9% nos últimos 5 anos.

Segundo o relatório “Tráfego Marítimo de Mercadorias no Contexto da Intermodalidade”, o movimento de navios registou, no ano de 2017, um total de 10 651 escalas e uma arqueação bruta (GT) de 206 milhões, traduzindo, face a 2016, respetivamente uma redução de -1,2% e um acréscimo de +0,7%, e, nos últimos 5 anos de, respetivamente, +0,8% e +5,8%. Leixões é o porto que detém o valor mais elevado de escalas, com uma quota de 24,4%, seguido de Lisboa com ‑0,6 pontos percentuais, e Sines de 20,7%.

A par dos indicadores do total de tráfego nacional, anteriormente mencionados, importa também referir que o impacto do transporte rodoviário que representou, em 2017, 85,3% do total tráfego nacional, e do ferroviário, com 6,6% do total. Relativamente ao tráfego internacional, o transporte rodoviário representou 23,4%, após uma redução de -5,2% face a 2016, e apenas 0,3% do ferroviário e 0,2% do aéreo.

O presente relatório, agora divulgado pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, tem por base as estatísticas produzidas pelas administrações portuárias com jurisdição dos portos comerciais marítimos do Continente, no âmbito da Diretiva 95/64/ CE do Conselho da União Europeia (vulgo ‘Diretiva Marítima’), definida pelo Eurostat, bem como a informação disponibilizada pelo INE em sede do Comércio Internacional de Bens e de Transportes e Comunicações, e ainda da Comissão Técnica do Registo Internacional de Navios da Madeira (RIN-MAR).

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