Um novo tratamento desenvolvido e testado no Hospital Vall d'Hebrón, em Barcelona, Espanha, é capaz de aumentar a sobrevida das mulheres com cancro do colo do útero e de reduzir em 30% a mortalidade devido a este tipo de tumor.
Um novo tratamento desenvolvido e testado no Hospital Vall d'Hebrón, em Barcelona, Espanha, é capaz de aumentar a sobrevida das mulheres com cancro do colo do útero e de reduzir em 30% a mortalidade devido a este tipo de tumor.
Em declarações à agência noticiosa espanhola Efe, Ana Oaknin, especialista em oncologia e ginecologia e principal investigadora envolvida na criação desta nova terapia, explicou que os testes levados a cabo no hospital catalão comparam “a eficácia do tratamento padrão baseado na quimioterapia com um outro, a que foi acrescentado um novo agente”.
Trata-se de um anticorpo monoclonal que inibe o processo de angiogénese, ou seja, a formação de novos vasos sanguíneos e o crescimento dos tumores. Graças a este novo anticorpo, denominado “bevacizumab”, as pacientes “melhoraram a sobrevida global” e os cientistas conseguiram “fazê-las viver mais”.
De acordo com Oaknin, o novo tratamento reduz o risco de morte das pacientes em 30% e aumenta em quatro meses a sobrevida global face a uma doença que, apesar de ter baixa incidência, afeta sobretudo mulheres jovens, entre os 30 e os 40 anos.
A investigação, cujos resultados foram publicados na revista científica The New England Journal of Medicine, constitui-se como a primeira a documentar um tratamento médico capaz de prolongar a vida destas pacientes por mais de 12 meses.
O estudo incidiu sobre uma amostra de 452 mulheres com cancro do colo do útero espalhadas por 164 centros médicos dos EUA. Todas as pacientes submetidas à nova terapia tinham tentado anteriormente o tratamento padrão (com quimioterapia) mas sem sucesso ou com posterior regresso da doença.
“Até 2009, ano em que começou o ensaio clínico, era muito difícil que estas mulheres vivessem mais de um ano, mas já conseguimos prolongar a sua sobrevivência até aos 17 meses”, salientou Oaknin.
Antes do desenvolvimento desta alternativa, no caso de o tratamento padrão (cirurgia nos estágios iniciais e uma combinação de quimioterapia e radioterapia em casos mais avançados) não resultar, as pacientes tinham como única opção a quimioterapia convencional, com uma taxa de sobrevivência de aproximadamente um ano.
Segundo a especialista, a novidade introduzida pelo novo tratamento “pode parecer um passo pequeno, mas tem grande importância porque significa que estamos a conseguir dar-lhes a possibilidade de viver um pouco mais, mantendo a sua qualidade de vida”.
Embora o cancro do colo do útero seja a principal causa de morte entre mulheres jovens, as taxas de incidência da doença nos países desenvolvidos têm diminuído drasticamente graças ao acompanhamento, através de citologias, e aos testes ao vírus do papiloma humano (VPH).
Clique AQUI para aceder ao resumo do estudo (em inglês).