O maior estudo realizado até à data sobre o risco da utilização de telémovel conclui que este equipamento não aumenta o risco de cancro do cérebro. A investigação, realizada ao longo de 18 anos na Dinamarca, foi publicada esta semana no British Medical Journal.
Para este estudo, uma equipa de cientistas dinamarqueses avaliou o estado de saúde e a incidência de cancro em 358.403 pessoas que utilizam telémovel há mais de 13 anos, comparando os dados com aqueles de quem não usa o aparelho para comunicar.
Segundo os resultados do estudo, mesmo entre os que usam o telemóvel há mais tempo (há 13 anos ou mais) não foi verificado qualquer aumento do risco de desenvolvimento de cancro. O risco não aumenta sequer entre as pessoas que usam o telemóvel há mais de 13 anos.
Dos utilizadores de telefones móveis incluídos na análise, 356 tiveram cancro no cérebro e 846 desenvolveram cancro do sistema nervoso central, valores que estão em linha com as taxas de incidência das mesmas doenças entre quem não usa telemóvel.
As conclusões vêm ao encontro das apresentadas noutros estudos recentes, onde os especialistas afirmam não encontrar uma relação entre o cancro e o uso de telemóveis.
No entanto, alguns especialistas continuam a defender que há riscos. A Organização Mundial de Saúde, por exemplo, passou recentemente a incluir os telemóveis na sua lista de produtos potencialmente cancerígenos – na mesma categoria que o café.
[Notícia sugerida por Patrícia Guedes e Raquel Baêta]