O Hospital de Braga realiza as cirurgias urológicas mais minimamente invasivas que existem, com recurso a agulhas com o máximo de três milímetros, que não deixam qualquer cicatriz.
O Hospital de Braga realiza as cirurgias urológicas mais minimamente invasivas que existem, com recurso a agulhas com o máximo de três milímetros, que não deixam qualquer cicatriz.
Segundo o diretor daquele serviço, citado pela agência Lusa, além de não deixarem marcas no corpo do doente, estas cirurgias permitem também uma recuperação do doente “mais fácil e mais rápida” com “muito poucas dores” no pós-operatório.
“No dia seguinte, ou, no máximo, dois dias depois, o doente vai para casa”, assegurou o director do Serviço de Urologia do Hospital de Braga.
Este hospital foi palco, no fim de semana, da 3ª Semana de Cirurgia Minimamente Invasiva em Urologia, que reúne alguns dos maiores especialistas mundiais.
Na sexta-feira, o diretor do serviço, Estêvão Lima, realizou uma cirurgia para retirar a próstata na sua totalidade a um doente, de forma a tratar o cancro que afetava aquele órgão. A próstata foi retirada pelo umbigo.
“Em Portugal, na maior parte dos centros, faz-se por cirurgia aberta, depois há alguns que fazem por furinhos de cinco milímetros, aqui faz-se por três milímetros. É o mais minimamente invasivo que pode existir”, referiu.
Técnica inovadora vai ser exibida em congresso nos EUA
Sublinhou que esta particularidade torna o Hospital de Braga “inovador”. Por isso mesmo, a organização do congresso norte-americano de urologia, um dos mais importantes do mundo, vai exibir um vídeo de uma operação realizada no hospital de Braga aos congressistas, referiu o médico
O instrumental normalmente usado em Portugal para este tipo de cirurgia tem entre cinco a 10 milímetros. Outra operação realizada esta sexta-feira no Hospital de Braga foi a retirada de um rim pela vagina.
As cirurgias, acompanhadas das respetivas explicações, são transmitidas em tempo real para um auditório, onde vários profissionais se inteiram das novas técnicas.
Segundo Estêvão Lima, no Hospital de Braga não existe lista de espera para cirurgia de Urologia. “Os doentes que chegam agora estão já a ser preparados para serem operados no início de Maio”, referiu.
Estêvão Lima, académico da Universidade do Minho (UMinho), sublinha que este estabelecimento de ensino superior foi pioneiro na investigação da cirurgia sem cicatriz, um trabalho que vem sendo desenvolvido desde 2005 e que agora ganha tradução prática.
“Sempre estivemos na vanguarda deste tipo de abordagem cirúrgica”, referiu, garantindo que foi na UMinho que surgiu o termo “scarless surgery”, hoje “adoptado em todo o mundo”.
[Notícia sugerida por Vítor Fernandes]