Saúde

UPorto: Nova técnica poderá substituir biópsias

Uma técnica desenvolvida por investigadores portugueses poderá revolucionar, no futuro, a deteção da bactéria 'Helicobacter pylori', associada ao cancro do estômago e que, até agora, só podia ser identificada através de amostras de sangue ou de biop
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Uma técnica desenvolvida por investigadores portugueses poderá revolucionar, no futuro, a deteção da bactéria  'Helicobacter pylori', associada ao cancro do estômago e que, até agora, só podia ser identificada através de amostras de sangue ou de biopsias. 
 
A técnica Hibridização fluorescente in situ (FISH) – que torna determinadas proteínas e moléculas fluorescentes – é muito eficaz para detetar micro-organismos. Mas tem um problema: apenas pode analisar tecidos em contexto laboratorial.

Esta técnica não pode ser aplicada diretamente em humanos pois exige altas temperaturas e substâncias tóxicas. Ou seja, para aplicar a FISH em humanos é sempre necessário proceder à recolha de tecidos (através de biopsia) ou sangue.

 
Contudo, graças à investigação conjunta de uma equipa da Faculdade de Engenharia (FEUP) e do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP), esta realidade pode vir a mudar em breve, pelo menos no que diz respeito às bactérias do estômago. 

Diagnósticos com sondas e em tempo real
 
Céu Figueiredo, que integra a equipa de cientistas, explicou ao Boas Notícias que esta investigação permitiu “desenvolver uma técnica – denominada fluorescence in vivo hybridization (FIVH) – que deteta sequências específicas de ácidos nucleicos, neste caso da bactéria 'Helicobacter pylori',  a temperaturas suportadas pelo corpo humano, ou seja, a 37ºC, e também não exige a utilização de substâncias tóxicas.
 
O método foi testado em laboratório, em condições semelhantes às encontradas no interior do corpo humano. Se os testes em humanos forem bem sucedidos, esta metodologia poderá ser aplicada, por exemplo, através de sondas endoscópicas, fazendo o diagnóstico desta bactéria e de outros tipos de microrganismos em tempo real.
 
Este método não invasivo “poderá ter um profundo impacto na forma como os diagnósticos das infeções microbianas serão efetuados no futuro”, salienta em comunicado Nuno Azevedo (na foto, ao centro), investigador da FEUP, que considera este estudo da maior importância uma vez que pode revolucionar uma parte importante da medicina.
 
A Biomode SA, uma spin-off portuguesa da área dos diagnósticos, demonstrou já interesse em acompanhar esta linha de investigação com vista à possível comercialização de kits de diagnóstico baseados em sondas de LNA (locked nucleic acids).
 
Clique AQUI para ler o artigo publicado na revista PLos ONE.

Notícia sugerida por António Resende

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