por redação
O Governo de Timor-Leste vai ser apoiado pela Universidade de Coimbra (UC) na gestão do Arquivo Nacional deste país lusófono, estabelecendo, assim, procedimentos para conservação e utilização de documentos.
O ministro de Estado, Dionísio Babo Soares, explica que escolheram a UC por estarem “ligados por laços profundos, por se tratar de uma das mais antigas e prestigiadas do mundo”.
Apesar de o Arquivo Nacional do seu país ainda estar numa fase de arranque, tem documentos sobre a presença portuguesa, arquivos da administração indonésia e um vasto acervo pós-independência.
Durante uma conversa, que aconteceu durante a assinatura do protocolo de cooperação, entre o reitor da UC, João Gabriel Silva e o ministro de estado falaram sobre o “trabalho a ser feito, muitos documentos por classificar e por descobrir, e contamos com a experiência da UC para realizar esse trabalho importante”.
O reitor contou que entre os arquivos da Universidade constam muitos documentos, em bom estado de conservação, sobre Cristóvão Ferreira, o padre jesuíta que foi inspiração para o filme “Silêncio”, de Martin Scorsese.
O protocolo prevê “o desenvolvimento comum de programas de investigação científica ou técnica que visem, simultaneamente, aumentar o potencial dos dois organismos e estabelecer uma estreita ligação entre investigação científica, tratamento técnico e promoção do acesso ao património histórico à guarda do Arquivo Nacional de Timor-Leste”.
Desde dezembro de 2016 que a universidade está a participar na preservação e dinamização do espólio de Max Stahl, jornalista inglês que filmou o massacre que ocorreu no cemitério de Santa Cruz, em Díli. O tratamento do acervo foi objeto de um protocolo assinado entre a UC, o Centro Max Stahl e a Universidade Nacional de Timor-Leste.
Resumindo, o reitor disse que “o objetivo é fazer cópias de segurança do arquivo de Max Stahl para se poder recuperar, caso aconteça alguma coisa”.