Muitos e variados fatores têm contribuído para este fenómeno, da crescente internacionalização da oferta educativa, especialmente da universitária, ao impacto social e cultural da assimilação das novas tecnologias, em particular dos dispositivos móveis e das redes sociais.
Na verdade, o processo de reorganização em rede da nossa sociedade tem criado a necessidade de adoção de novas formas de aprendizagem não só mais flexíveis, do ponto de vista espacial e temporal, mas também mais abertas e personalizáveis, colaborativas e escaláveis. Exige-se que os novos formatos e modelos de aprendizagem sejam adaptáveis a situações e contextos diferenciados, desmaterializados, mais eficientes e sustentáveis. Mais ainda, cada um deseja poder escolher por si e de acordo com a circunstância e o interesse, o local, o momento, a forma e o ritmo de aprendizagem, poder alterá-la no decurso do processo e optar pelo modo como essa aprendizagem é avaliada e até certificada.
Nesse sentido, o próprio conceito de eLearning tem vindo a transformar-se, abrindo lugar a novos formatos mais compatíveis com o paradigma da educação em rede. Este é o caso, particularmente, da educação aberta. O sucesso extraordinário do fenómeno dos cursos abertos e massivos (Massive Open Online Courses – MOOC) veio comprovar com uma revigorada força a importância da Educação a Distância (EaD) para o desenvolvimento das instituições universitárias e de formação profissional.
Segundo dados recolhidos pela Class Central, o número de utilizadores registados neste tipo de oferta ultrapassou já os 35 milhões em 2015, tendo quase duplicado o valor do ano anterior. Mais de 600 universidades em todo o mundo oferecem presentemente cerca de 6.000 cursos abertos e online.
Este novo cenário pujante da EaD veio modificar definitivamente a visão tradicional da escola e da universidade, bem como do universo da formação. A centralidade da sala de aula e do próprio professor ou formador no processo educativo fragmentou-se em milhões de ambientes personalizados de aprendizagem, centrados no estudante ou formando.
Como consequência, uma nova geração de universidades e escolas, organizadas como ambientes de aprendizagem híbridos, abertos e flexíveis, está a emergir. Em Portugal, a Universidade Aberta (UAb) pode ser considerada a instituição pioneira deste novo modelo.
A UAb constitui a instituição de ensino superior pública portuguesa dedicada ao EaD. Fundada em 1988, ela possui uma larga experiência neste domínio, tendo sido pioneira na implantação e disseminação da educação online no ensino superior português. Com efeito, a UAb foi uma das primeiras universidades públicas europeias a tornar-se totalmente virtual, em 2007.
Tratando-se do centro nacional de competência em EaD, a UAb contribui para a sua promoção de modo diversificado. Desde logo, é responsável pela oferta da esmagadora maioria dos cursos lecionados em regime online em Portugal. Esta oferta cobre todos os graus (1º, 2º e 3º ciclos) e as principais áreas do conhecimento, atraindo uma população estudantil variada, tanto no que respeita à faixa etária como à proveniência geográfica. A UAb é a universidade portuguesa com maior internacionalização, recebendo estudantes de todos os continentes.
Por força da sua liderança, cabe à UAb estabelecer os padrões de qualidade para o setor. A instituição desenvolveu e aplica um modelo pedagógico próprio (Modelo Pedagógico Virtual – MPV©), validado internacionalmente, e tem assegurado a formação avançada de todo o seu corpo docente, bem como o de outras congéneres para o ensino online. Para além disso, tem sido a principal responsável pela formação de investigadores doutorados em EaD. A UAb assegura ainda a produção sistemática de recursos educativos digitais em língua portuguesa e a preservação do património audiovisual educativo nacional.
A excelência da sua prática pedagógica radica naturalmente na qualidade da investigação que produz. A instituição assegura uma atividade intensa nesse domínio, participando ativamente nas principais redes internacionais. Deste modo, tem conseguido manter de modo permanente e sustentado o desenvolvimento, implementação e disseminação de práticas inovadoras em EaD. A título de exemplo, a UAb foi a primeira instituição a nível mundial a desenvolver um modelo pedagógico institucional inovador para MOOC (o modelo iMOOC). Para a UAb, o futuro é, por definição, já hoje.
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