Perante o facto de existirem muitas mulheres jovens com grandes probabilidades de sofrer dor aguda após a cirurgia, a Universidade do Minho levou a cabo uma investigação com mais de duzentas mulheres submetidas a histerectomia, operação de remoção do útero.
Através das análises, a investigadora Patrícia Pinto conseguiu criar um modelo prático que visa identificar as mulheres em risco de desenvolver níveis mais elevados de dor aguda, ajudando-as, assim, a recorrer a estratégias de intervenção personalizadas.
O estudo “A catastrofização da for como variável mediadora entre a ansiedade pré-cirúrgica e a dor aguda pós-cirúrgica após a histerectomia”, avaliou as mulheres 24 horas antes e 48 horas depois da operação.
Em comunicado enviado ao Boas Notícias, Patrícia explicou que avaliar a influência de fatores demográficos, clínicos e psicológicos na intensidade da dor pós-cirúrgica permite “evitar o sofrimento, associado ao risco de morbilidade e mortalidade, o tempo de internamento hospitalar e os custos inerentes aos cuidados clínicos”.
O estudo é o primeiro trabalho no mundo a demonstrar este mecanismo de influência na dor pós-cirúrgica. A investigadora, que aborda o fenómeno há sete anos, revela que os resultados adquirem extrema relevância na medida em que complementam e clarificam resultados de outros estudos internacionais que incidem na relação entre a ansiedade e a dor.
Patrícia Pinto, da Escola de Ciências da Saúde e do Laboratório Associado ICVS/3B’s da UMinho, desenvolveu o estudo com Armando Almeida, da Universidade do Minho, Teresa Mclntyre, da Universidade de Houston, Estados Unidos, e Vera Araújo-Soares, da Universidade de Newcastle, Reino Unido.
Os resultados da investigação foram recentemente publicados na revista norte-americana Pain, sendo que o projeto recebeu, ainda, uma menção honrosa da Fundação Grunenthal.
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