De acordo com José González-Méijorne, professor da Escola de Ciências da referida Universidade, o tipo de lentes testadas na investigação – as chamadas lentes ortoqueratológicas – mudam a curvatura da córnea, permitindo que o utilizador veja de modo satisfatório e nítido.
O investigador explicou ao Diário de Notícias que estas lentes especiais são “de material rígido e de alta permeabilidade ao oxigénio”. Por terem uma configuração contrária à da córnea, “remodelam-na” durante o sono, reduzindo as dioptrias.
Antes de ser submetido a este método, o utilizador tem de passar por uma avaliação optométrica ou oftalmológica, para apurar se os parâmetros da sua visão estão dentro dos limites tratáveis – o limite máximo são seis dioptrias.
O tratamento “é reversível”, pelo que as lentes terão de ser usadas ao longo de toda a vida. Porém, segundo um estudo desenvolvido por José González-Méijorne, o uso pode ser interrompido por “um ou até dois dias sem efeitos significativos na visão”.
Esta terapia está devidamente autenticada pelas autoridades sanitárias europeia e americana e é utilizada em Portugal desde 2004. Mesmo assim, a Universidade do Minho tem tentado continuar a aperfeiçoá-la através da investigação clínica.
[Notícia sugerida por Ana Isa Fernandes]