A Universidade do Minho está a apostar num projeto para prevenir de úlceras de pressão (conhecidas também por "escaras") e dar às pessoas com mobilidade reduzida um maior conforto.
A Universidade do Minho está a apostar num projeto inovador para prevenção de úlceras de pressão (conhecidas também por “escaras”) com o objetivo de proporcionar às pessoas com mobilidade reduzida um maior conforto.
Trata-se do projeto Sense4me, que passa pela criação de colchões, almofadas e coberturas que monitorizam a pressão, temperatura e humidade exercidas em zonas do corpo que estão permanentemente em contacto com superfícies de suporte, como acontece, por exemplo, em acamados ou pessoas em cadeira de rodas.
Através desta monitorização, será possível lançar, quando necessário, “um alerta que permitirá ao utilizador movimentar-se sozinho ou com a ajuda de terceiros, evitando o desenvolvimento de uma ferida na pele”, explica Miguel Carvalho, coordenador do projeto e professor da Universidade do Minho, em comunicado.
“Na maioria das situações, este público tem alguma dificuldade em sentir determinadas regiões do corpo que se encontram em contacto com superfícies ou, então, não conseguem mudar de posição regularmente, de forma autónoma”, acrescenta o docente do Departamento de Engenharia Têxtil.
O projeto pretende, então, evitar o desenvolvimento de úlceras de pressão, lesões cutâneas que resultam da falta de irrigação sanguínea ou de uma irritação da pele que, nestes casos, são um problema habitual.
Grande impacto a nível humano e financeiro
Com recurso a este sistema, as pessoas com mobilidade reduzida poderão beneficiar de um alívio do desconforto, o que lhes garantirá maior independência, bem-estar e qualidade de vida. Além disso, o Sense4me promete, também, contribuir para a redução de custos nos tratamentos.
“Os gastos médios dedicados ao tratamento desta patologia são de 6 mil euros por cada úlcera de pressão. Na União Europeia e nos EUA, a prevenção e o tratamento têm um custo anual superior a 36 mil milhões de euros”, frisa Miguel Carvalho.
A inovação ainda não está a ser comercializada mas, segundo o investigador, não faltam oportunidades. “A aposta tem sido em aprimorar esta inovação, torná-la realmente eficaz na resolução do problema. Existem muitas possibilidades de financiamento”, adianta.
Entretanto, o engenheiro e docente da Universidade do Minho ambiciona dar continuidade ao Sense4me, tendo já submetido um projeto que contará com o trabalho de uma equipa alargada a nível nacional e internacional onde se destaca, entre outras, a participação da Harvard Medical School.