O projeto resultou num dispositivo que pode ser usado tanto em residências como em estabelecimentos comerciais e foi concebido por José Roberto Simões Moreira, coordenador do Laboratório de Sistemas Energéticos Alternativos (SISEA) do Departamento de Engenharia Mecânica da Poli, e pelo aluno de graduação Lucas Zuzarte.
“Basicamente, o sistema que desenvolvemos capta o calor que é naturalmente produzido no processo de refrigeração”, refere o especialista.
Dispositivo aproveita calor libertado pelo frigorífico
Em todos os frigorídicos, o gás refrigerante é aspirado pelo compressor e comprimido, o que resulta num aumento da pressão e temperatura do gás. Posteriormente, este prossegue para um condensador, que é uma espécie de serpentina, que se localiza na parte posterior do frigorífico, onde o calor é dissipado.
O que a equipa brasileira fez foi aproveitar a energia térmica gerada no processo de compressão, que atinge cerca de 60 ºC. “Inserimos um tanque de água entre o compressor e o condensador permitindo, assim, que o calor do gás quente fosse transferido para a água em vez de ser dissipado para o ambiente em que se encontra a geladeira”, explica o coordenador do projeto, José Roberto Simões Moreira, em comunicado de imprensa.
O dispositivo funciona de foram simples mas levou vários meses a ser idealizado e construído pelos docentes da Universidade de São Paulo. Durante meses foram realizados testes, tendo sido construído um protótipo, para usar em frigoríficos domésticos.
Aparelho permite poupar mais de 10 euros por mês
Nos testes em laboratório, feitos com um frigorífico comercial de 565 litros e um tanque de 25 litros de água acoplado ao sistema, a temperatura final da água chegou a 55º C (média de aumento de 5º por hora).
Se compararmos o custo que implica aquecer este volume de água com os aquecedores eléctricos tradicionais, veremos que a economia atingida com a utilização deste novo dispositivo será superior a 10 euros por mês. “Além de garantir água quente, a instalação do equipamento melhora o desempenho do frigorífico”, garante o professor.
Contudo, a capacidade de aquecimento do equipamento, depende de algumas variáveis, como por exemplo a potência do frigorífico e o regime de uso do congelador. Mesmo assim, o custo de todos os equipamentos necessários para o funcionamento do sistema não é caro, tendo em conta que em apenas um ano o retorno do investimento está garantido.
Para além disso, “o dispositivo pode ser facilmente instalado por qualquer técnico de refrigeração e também pode ser produzido em materiais mais baratos”, refere o professor da Universidade de São Paulo.
Notícia sugerida por Vitor Fernandes