Negócios e Empreendorismo

Um empresário inglês que se apaixonou pelo Alentejo

Foi há 25 anos que Frank McClintock viajou para uma lua-de-mel em Portugal. O destino era o Algarve mas, de passagem, o britânico deixou-se encantar pelas paisagens do Alentejo, de onde nunca mais saiu.
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Foi há 25 anos que Frank McClintock deixou, na companhia da mulher, a sua antiga casa em Dosert, no sul da Inglaterra, para uma lua-de-mel em Portugal. O destino era o Algarve mas, de passagem, o britânico deixou-se encantar pelas paisagens do Alentejo, de onde nunca mais saiu e onde ergueu um empreendimento de turismo rural que funciona até hoje.
 
A história é avançada pelo jornal Financial Times (FT), ao qual McClintock contou que “a vinda para Portugal foi um acaso”. O dinheiro era pouco e, depois do casamento, alguém se ofereceu para lhes emprestar um apartamento no Algarve para a lua-de-mel, mas os planos acabaram por mudar inesperadamente.
 
“Viajámos de carro até ao sul e pelo caminho deparámo-nos com a paisagem impressionante do Alentejo. O Algarve era apenas um conjunto de apartamentos e areia, nada do que nós procurávamos, por isso fomos ao Alentejo durante todos os dias da lua-de-mel para explorar aquelas terras. Apaixonei-me completamente e decidi que seria ali que ia construir a minha vida”, contou o empresário à publicação britânica. 
 
Voltaram a Inglaterra para ir buscar todas as suas posses e instalaram-se em Portugal à experiência. De início, contavam ficar apenas três meses, mas os meses transformaram-se em anos e, aos poucos, em décadas. Hoje casado pela segunda vez, McClintock gere a Quinta do Barranco da Estrada com a sua atual esposa, Daniella.

Empresário não imagina voltar a Inglaterra
 

A maior parte da Quinta foi construída “com o trabalho árduo as capacidades adquiridas pelo empresário”, escreve o FT, tendo sido também indispensável o apoio dos amigos, da família e de vários voluntários, muitos deles locais que acolheram o projeto com entusiasmo. 
 
“Quando chegámos ao Alentejo era tudo muito primitivo. Nada tinha mudado muito desde os anos 30 ou 40, quando os habitantes usavam cavalos e mulas para transporte por estradas sujas e empoeiradas”, recordou. Embora a região se tenha desenvolvido, o espaço onde a Quinta resiste continua a ser um cantinho isolado entre os planaltos alentejanos e, para McClintock, essa é uma vantagem e um prazer.
 
“Estamos um pouco afastados de tudo, mas praticamente todas as noites fazemos grandes jantares na Quinta e acolhemos pessoas de todo o mundo”, desvenda, admitindo que uma das maiores dificuldades é publicitar o negócio. 
 
A burocracia é, aliás, o grande defeito de Portugal na opinião do britânico. “Demorei 18 anos a conseguir legalizar o edifício e a empresa. A maioria das pessoas acharia tanto tempo um exagero”, lamentou, acrescentando, porém, que não se imagina a voltar a Inglaterra.
 
“Acredito que aquilo que aqui fazemos contribui, de certa forma, para deixarmos um impacto positivo no mundo. Damos emprego a muitos habitantes alentejanos e, ao fazê-lo, ajudamos a manter viva esta parte do país”, concluiu.
 
Clique AQUI para aceder ao artigo do Financial Times sobre Frank McClintock e a Quinta do Barranco da Estrada (em inglês). 

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