A presidente da Associação das Vítimas de Pedrógão Grande, Nádia Piazza, recentemente distinguida com o Prémio “Dona Antónia Adelaide Ferreira”, na sua 30ª edição, decidiu fazer reverter o seu valor pecuniário para bolsas de estudo destinadas a estudantes da região abrangida pelos trágicos incêndios do verão de 2017 que frequentem ou venham a frequentar o curso de Engenharia Florestal na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).
Trata-se de um ato simbólico que procura “ajudar, direta e indiretamente, as pessoas dos municípios abrangidos que carregam o legado imaterial da tragédia, ajudando-as a redescobrir razões de esperança, antever diferentes horizontes e oportunidades, abrir novas perspetivas, olhar em frente” – justificou a jurista Nádia Piazza.
Os candidatos a estas bolsas deverão cumprir alguns requisitos: só pode candidatar-se quem, à data, seja residente num dos municípios abrangidos; e ainda quem, sendo não residente, seja filho, neto ou bisneto de residentes e, nestes casos, as candidaturas sejam acompanhadas por declaração do familiar residente. Em conjunção com estes requisitos, contemplam-se candidatos que estejam em relativa carência económica que tenham aproveitamento escolar.
Consideram-se municípios abrangidos os concelhos de Pedrógão Grande, Castanheira de Pêra, Figueiró dos Vinhos, Góis, Pampilhosa da Serra, Sertã e Penela (distritos de Leiria, Coimbra e Castelo Branco). Excecionalmente e mediante análise do júri, serão admitidos candidatos também oriundos das regiões afetadas pelos incêndios de outubro de 2017.