Segundo nota da UC a que a Lusa teve acesso, o biodispositivo permite controlar a libertação do fármaco, de forma progressiva, ao contrário do uso de colírios, que exige várias aplicações ao longo do dia, por parte dos doentes, sem controlo clínico.
“É como um pequeno comprimido, com quatro milímetros de diâmetro, mas pode ser menor. E permite o tratamento durante um ano ou mais, mas o objetivo [da investigação] é chegar aos dois anos”, explicou Madalina Natu, a investigadora principal do projeto.
De acordo com a mesma responsável, o biodispositivo é introduzido nas estruturas oculares através de uma pequena cirurgia, uma incisão nos tecidos que carece de sutura.
Segundo a nota da UC, os resultados dos testes realizados em animais ao longo dos últimos meses apontam para o “bom desempenho” do biodispositivo, no qual foi usado um fármaco de uso clínico para o tratamento do glaucoma, “não se tendo registado qualquer reacção agressiva ou de rejeição”.
O próximo passo da equipa de investigadores é encontrar parceiros junto da indústria farmacêutica, permitindo realizar testes clínicos “para trazer este dispositivo para o mercado”, acrescenta.