Uma investigadora da Universidade de Aveiro (UA), Alisa Rudnitskaya, criou uma língua eletrónica que permite analisar - de forma detalhada e económica - a qualidade dos alimentos.
Uma investigadora da Universidade de Aveiro (UA), Alisa Rudnitskaya, criou uma língua eletrónica que permite analisar – de forma muito rápida e económica – a qualidade dos alimentos. O método pode também ser usado para avaliar os compostos das águas residuais.
O trabalho desenvolvido no Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da UA permite que, “no espaço de cinco a dez minutos, compostos orgânicos e inorgânicos possam ser detetados nos alimentos, a baixo custo e sem recurso a laboratórios técnicos especializados”.
De acordo com um comunicado da UA, a invenção de Alisa Rudnitskaya é “análoga a uma língua humana”, com sensores, feitos a partir de membranas de várias composições, a substituírem as papilas gustativas.
Dependendo do material que compõe a membrana (podem ser vidro, cristais, policristais ou polímeros orgânicos), o sensor, quando mergulhado no alimento liquefeito, responde à presença ou não das substâncias que está programado para detetar, enviando um sinal eletrónico para um voltímetro digital. A mensagem é encaminhada para um computador que descodifica, mede, trata e guarda a informação recebida.
“Claro que este aparelho não pode ser utilizado em vez de outras técnicas que existem, tal como variantes diferentes de cromatografia ou de espetrometria de massa que podem produzir uma informação pormenorizada da amostra alimentar”, explica a investigadora Alisa Rudnitskaya, no comunicado da UA.
No entanto, a informação detalhada sobre a composição do alimento, clarifica a docente, nem sempre é necessária. “Às vezes só é necessário saber a concentração de alguns dos constituintes de alimentos ou de contaminantes para controlar se eles não excedem o permitido, função que a língua faz em pleno e em poucos minutos”, explica.
O dispositivo tem ainda a vantagem de ser mais acessível a vários níveis, adianta a investigadora: “é um aparelho mais compacto, mais fácil de usar e menos caro do que os usados por outras técnicas”.
Aparelho pode também avaliar sabores e analisar águas residuais
A língua eletrónica pode ser utilizada para outros fins, além da análise da qualidade dos alimentos. Por exemplo, uma das suas características únicas, acrescenta Alisa Rudnitskaya, é ter a capacidade de avaliar os sabores dos alimentos, como já foi testado para o caso dos vinhos, cerveja e café.
O aparelho também já foi utilizado com sucesso na análise de alimentos sólidos. “Nesses casos é feito um puré com adição de água”», aponta a investigadora Alisa Rudnitskaya.
A língua pode ser ainda ser aplicada na análise de águas residuais e naturais, como a dos lençóis freáticos, e de soluções industriais.
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