Tem propriedades antioxidantes, combate o colesterol e reforça a saúde da pele e dos ossos. Estas são apenas algumas das propriedades descobertas no medronho pela Universidade de Aveiro, está a desenvolver novas forma de consumo deste fruto.
Tem propriedades antioxidantes, combate o colesterol e reforça a saúde da pele e dos ossos. Estas são apenas algumas das propriedades descobertas no medronho pela Universidade de Aveiro, está a desenvolver novas forma de consumo deste fruto, habitualmente associado a bebidas alcoolicas.
Os investigadores foram desafiados pela Cooperativa Portuguesa de Medronho: colocar o fruto na roda alimentar dos portugueses. O trabalho desenvolvido pelo Departamento de Química (DQ) e pelo Centro de Investigação em Materiais Cerâmicos e Compósitos (CICECO) da UA, já resultou na incorporação da polpa do medronho em vários alimentos comuns: biscoitos, iogurtes, barras energéticas e bombons.
Agora, a equipa de químicos de Aveiro quer trabalhar no sentido de isolar os compostos do fruto que mais benefíciam a saúde humana com o objetivo de adicionar estes compostos a outros alimentos.
A caracterização química detalhada do medronho realizada pelos investigadores da UA destaca a presença de ácidos gordos insaturados (nomeadamente ómega 3 e 6), bem como fitoesteróis e triterpenóides, compostos com importante atividade biológica. “Os ómegas 3 e 6 são ácidos gordos essenciais que têm de ser obtidos a partir da dieta uma vez que o nosso organismo não os sintetiza”, explica Sílvia Rocha num comunicado enviado ao Boas Notícias.
A investigadora, juntamente com os investigadores Armando Silvestre, do CICECO, e a aluna de Mestrado Daniela Fonseca, lembra que esses compostos “têm demonstrado um papel importante no controlo dos níveis de colesterol, na saúde da pele e dos ossos e uma relação inversa entre o consumo de ómega 3 e a perda de funções cognitivas”.
Da mesma forma, os esteróis, aponta Sílvia Rocha, “têm um importante papel na saúde uma vez que contribuem regular o nível de colesterol”. E os triterpenóides, para além de ajudarem igualmente a controlar o colesterol, têm uma ação anti-inflamatória, antimicrobiana e antifúngica. Assim, sublinha, “a presença destes compostos com atividade biológica reconhecida contribui para a valorização do consumo do medronho”.
Potencialidades antioxidantes
Os resultados do estudo desenvolvido mostram ainda que os medronhos da Serra da Beira, que os investigadores têm usado no trabalho, “apresentam uma atividade antioxidante superior à de frutos de outras proveniências, tanto de Portugal como de outros países europeus”.
“A atividade antioxidante reflete a capacidade de evitar a formação de radicais livres, substâncias que, quando produzidas em excesso no organismo são responsáveis pelo stress oxidativo, conhecido por provocar danos no organismo humano, os quais estão associado ao envelhecimento e aumento da suscetibilidade a diversas doenças, nomeadamente as doenças civilizacionais emergentes”, aponta Sílvia Rocha.
Os investigadores do QOPNA e do CICECO lembram que não é comum encontrar medronhos frescos no mercado. “Este fruto é muito perecível e, quando colhido maduro da planta, apresenta um teor alcoólico que tem uma conotação negativa junto da população”, destaca Sílvia Rocha.
Para contrariar o cenário, os químicos da UA já definiram as condições ideiais para a recolha e o armazenamento do fruto no sentido de incrementar respetivo consumo ao natural.
Dia 03 de Dezembro, às 16h30, na sala do Senado da Reitoria, a equipa vai apresentar aos convidados uma coleção de alimentos que tem o fruto na lista de ingredientes. Todos os que estiverem presentes terão oportunidade de ver e provar o sabor deste precioso ingrediente.
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