Inovação e Tecnologia

U. Porto vende patente por 5 milhões de euros

A FEUP e a EFACEC acabam de vender a patente de uma tecnologia fotovoltaica pioneira a nível mundial por 5 milhões de euros à empresa australiana de energias sustentáveis Dyesol.
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A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e a EFACEC acabam de vender a patente de uma tecnologia fotovoltaica pioneira a nível mundial por 5 milhões de euros. A propriedade intelectual das células solares de perovskita (PSC), da responsabilidade das duas instituições portuguesas, foi adquirida pela empresa australiana de energias sustentáveis Dyesol.
 
De acordo com a Universidade do Porto, esta tecnologia, à semalhança da utilizada nas anteriores células sensibilizadas com corante (DSC), menos eficientes, permite a conversão direta da luz solar em energia elétrica de forma renovável e sustentável recorrendo à perovskita, um mineral mais barato e mais fácil de empregar que o silício habitualmente usado na produção das células solares. 
 
As células fotovoltaicas cuja patente foi vendida à Dyesol possibilitam a fácil integração arquitetónica em aplicações BIPV (“Building Integrated Photovoltaics”), ou seja, edifícios em que os materiais fotovoltaicos são utilizados para substituir parte os materiais que costumam ser usados na construção. 
 
Além disso, explica a universidade portuguesa no seu portal de notícias, as células tiram partido da radiação solar incidente não perpendicular, facilitam a construção de elementos arquitetónicos versáteis devido à sua transparência (podem, por exemplo, ser aplicadas em fachadas e janelas) e têm diversas cores e padrões, sendo, também, uma tecnologia “limpa”, já que as matérias-primas usadas no seu fabrico são abundantes. 
 
“Ao vendermos esta tecnologia de ponta a empresas internacionais estamos a dar provas da nossa capacidade de I&D&I para produzirmos valor industrial e podemos mais facilmente captar novos investimentos para tantos outros projetos de valor que temos em mãos na Faculdade de Engenharia”, congratula-se Adélio Mendes, um dos principais investigadores da FEUP envolvido no projeto. 
 
A mesma opinião é partilhada por Alberto Barbosa, membro do Conselho de Administração da Empresa, que destaca o potencial desta tecnologia com selo português e a relevância do estabelecimento deste tipo de parcerias entre universidades e empresas. 
 
“[A EFACEC e a FEUP] identificaram, em tempo útil, a possibilidade de desenvolver uma nova tecnologia de rutura face ao tradicional silício”, realça o responsável. Para Alberto Barbosa, “o projeto atingiu e superou mesmo os objetivos inicialmente traçados, quer em termos da qualidade da tecnologia desenvolvida, quer da rentabilidade das células”.

Australianos estão satisfeitos com a aquisição
 

Com a aquisição da patente das célulares solares PSC, que prometem baixo custo de fabrico, grande eficiência energética e 25 anos de durabilidade, os australianos da Dyesol pretendem finalizar a produção de módulos do protótipo até 2016 e, a partir de 2018, alargar e massificar a sua produção.
 
“A durabilidade é o maior desafio técnico neste mercado”, admite Ian Neal, presidente da Dyesol. “Esta tecnologia de soldadura tem o potencial de garantir mais de 20 anos de vida aos produtos de PSC e DSC de estado sólido em várias aplicações, pelo que estamos muito animados com as perspetivas comerciais”, garante.

Notícia sugerida por Maria da Luz

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