Se é dos que, muitas vezes, têm preguiça de se levantar para ir buscar o comando da televisão que ficou esquecido em cima da mesa ou que o perdem entre as almofadas do sofá, esta notícia é para si.
Se é dos que, muitas vezes, têm preguiça de se levantar para ir buscar o comando da televisão que ficou esquecido em cima da mesa ou que o perdem entre as almofadas do sofá, esta notícia é para si: em breve, poderá ser possível mudar o canal apenas com o pensamento.
A BBC está a desenvolver, em colaboração com a empresa This Place, o protótipo de uma tecnologia batizada “Mind Control TV”, que permite aos utilizadores abrir uma versão experimental do BBC iPlayer, plataforma de televisão 'online' do canal britânico, e selecionar um programa para ver utilizando apenas as ondas cerebrais.
De acordo com a cadeia televisiva, o protótipo destina-se para já, apenas, a uso interno por parte dos responsáveis pela programação e pelos especialistas em tecnologia da BBC, embora ambicione, também, “dar aos utilizadores um exemplo de como uma solução tecnológica deste tipo pode vir a ser utilizada no futuro”.
A tecnologia funciona com recurso a um equipamento que lê ondas cerebrais e que conta com um pequeno sensor colocado na testa dos utilizadores e outro que é preso atrás da orelha, ambos capazes de medir a atividade elétrica no cérebro.
No caso da 'app' experimental desenvolvida pela BBC, os utilizadores podem escolher como mecanismo de controlo do cérebro dois estados de espírito: “concentração” ou “meditação”. Se escolherem “concentração”, assim que um determinado nível for alcançado, o equipamento onde está instalado o BBC iPlayer recebe uma indicação para completar uma ação como, por exemplo, abrir a aplicação.
Tecnologia pode ser útil para pessoas com deficiência
“E funciona? Numa palavra, sim”, garante Cyrus Saihan, chefe de desenvolvimento de negócios da divisão digital da BBC, num 'post' publicado no blogue oficial do canal. “O nosso primeiro ensaio envolveu 10 funcionários que foram, todos eles, capazes de abrir o BBC iPlayer e de começar a ver um programa usando apenas a mente”, conta o responsável.
Segundo Saihan, “o processo foi muito mais fácil para uns do que para outros, mas todos acabaram [por atingir o nível de concentração necessário] e colocar o protótipo a funcionar” como pretendido.
A BBC e a This Place acreditam que este tipo de tecnologia poderá ser particularmente benéfica para cidadãos com deficiência, que tenham, por exemplo, “doenças motoras ou neurodegenerativas” que os impossibilitem de utilizar um comando de televisão normal, oferecendo-lhes “uma melhor experiência ao nível dos media digitais” e abrindo-lhes “um mundo 'online' de informação que muitos tomamos como garantido”.
Apesar de estar ainda numa fase muito precoce e de ser apenas uma experiência, este protótipo “ajuda a uma compreensão inicial de como poderá vir a ser possível, nos anos vindouros, controlar dispositivos eletrónicos utilizando somente as ondas cerebrais”, finaliza Saihan.
Notícia sugerida por Maria Pandina e Maria da Luz