O secretário de Estado da Saúde disse ao expresso que o Governo vai aumentar o número de doentes a beneficiar de transporte gratuito para as unidades de saúde.
O secretário de Estado da Saúde, Manuel Teixeira, afirmou, esta quinta-feira, que o Governo vai aumentar o número de doentes a beneficiar de transporte gratuito para as unidades de saúde. Até agora, este direito só era atribuído aos doentes com critério clínico – como sofrer de um cancro – ou com um rendimento mensal inferior a 628,5 euros.
Em declarações ao Expresso, Manuel Teixeira adiantou que o Estado custeará integralmente as viagens a quem tiver necessidade de ir ao médico com muita frequência, fazer múltiplas sessões de fisioterapia ou precisar de diálise ou de quimioterapia.
Segundo o secretário de Estado da Saúde, citado pelo semanário, a nova regra deverá ser aprovada dentro de duas semanas. O próximo passo será definir o número mínimo de consultas e de tratamentos que dará acesso à isenção no transporte, sabendo-se de antemão que os doentes oncológicos estarão sempre isentos.
“Com esta medida introduzimos um terceiro pilar no transporte gratuito de doentes não urgentes: os cuidados programados e c ontinuados, permitindo que o estrato da população que não cumpre o critério económico [ou seja, que tem rendimento mensal superior a 628,5 euros] mas que necessita de tratamentos frequentes também tenha acesso a transporte gratuito”, esclareceu o governante.
Manuel Teixeira deu ainda um exemplo prático. “Uma pessoa que aufere mensalmente perto de 700 euros não tem direito à isenção, mas acaba por ter uma fatura elevada com o transporte se tiver muitas consultas ou sessões de fisioterapia”, explicou.
De acordo com o Expresso, todos os outros doentes que não sofram de cancro ou tenham sido transplantados, por exemplo, que não necessitem de tratamentos prolongados ou de muitas consultas e que ganhem mais de 628,5 euros terão de pagar as deslocações.
O semanário acrescenta, porém, que está em cima da mesa a aplicação de um valor ponderado face à extensão do percurso, com um máximo de 30 euros a cobrar ao utente.