Um grupo de portugueses acaba de dar conta da identificação de uma proteína em células estaminais da medula óssea e do cordão umbilical que poderá contribuir para aumentar o sucesso de transplantes em doentes com leucemia ou linfomas.
Um grupo de investigadores portugueses acaba de dar conta da identificação de uma proteína em células estaminais da medula óssea e do cordão umbilical que poderá contribuir para aumentar o sucesso de transplantes em doentes com leucemia ou linfomas.
A molécula, denominada RET, pertence ao tipo de proteínas que são ativadas por outras que atuam nos neurónios, as células do sistema nervoso. Porém, só agora foi identificada a sua expressão nas células estaminais (capazes de gerar qualquer tecido) da medula e do cordão umbilical.
Em declarações à Lusa, Henrique Veiga-Fernandes, coordenador da equipa do Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, responsável pela descoberta, explicou que a proteína RET, detetada à superfície das células estaminais, funciona como um interruptor.
Quando esta espécie de interruptor está ligada, faz com que as células funcionem muito melhor, “permitindo uma eficácia terapêutica superior à utilização das células com os métodos convencionais”, afirmou Veiga-Fernandes.
De acordo com o cientista português, as células passam, deste modo, a serem capazes de “resistir, de forma muito eficaz, a agressões celulares que acontecem durante a transplantação”, uma resistência observada através de experiências laboratoriais com ratinhos.
No âmbito dos testes, cujos resultados foram publicados este domingo na prestigiada revista científica internacional Nature, a proteína RET foi manipulada geneticamente, tendo os investigadores transplantado com sucesso células do cordão umbilical humano, com mais ou menos expressão da proteína, nos modelos animais.
O próximo passo da equipa de investigadores portugueses será agora estudar, em doentes humanos, a sobrevivência, a expansão e a transplantação do mesmo tipo de células estaminais.
A transplantação de células estaminais é usada no tratamento de leucemias, linfomas e doenças hereditárias do sistema imunitário, mas nem sempre com êxito devido ao seu número limitado.
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Notícia sugerida por Maria Pandina