A poluição atmosférica diminuiu na Avenida da Liberdade, após as alterações de trânsito no Marquês de Pombal, tal como aconteceu noutras zonas da capital. A conclusão é de um estudo da Universidade Nova de Lisboa divulgado esta terça-feira.
A poluição atmosférica diminuiu na Avenida da Liberdade, após as alterações de trânsito no Marquês de Pombal, tal como aconteceu noutras zonas da capital. A conclusão é de um estudo da Universidade Nova de Lisboa divulgado esta terça-feira, que não garante, no entanto, a “relação direta” entre a medida e esta redução.
O estudo, da autoria do Departamento de Ambiente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT-UNL), a que a Lusa teve acesso, conclui que, nos quinze dias úteis que se seguiram às alterações rodoviárias introduzidas no Marquês de Pombal e na Avenida da Liberdade, em Lisboa, houve uma redução da poluição no ar.
Segundo os investigadores, a concentração diária de dióxido de azoto e partículas inaláveis manteve-se sempre abaixo do limite legal naquele eixo, “enquanto na primeira quinzena de Setembro esse valor foi ultrapassado oito vezes”.
“Sem ter em consideração qualquer outro fator, as concentrações de dióxido de azoto e partículas inaláveis medidas na Avenida da Liberdade diminuíram ligeiramente após as alterações na circulação rodoviária”, revela o estudo liderado pelo professor Francisco Ferreira.
De acordo com a investigação, “os perfis horários de concentração de ambos os poluentes também mudaram após as alterações de tráfego”, estando mais concentradas durante a manhã na Avenida da Liberdade, “em vez dos habituais picos de hora de ponta”.
A queda dos níveis de partículas inaláveis terá sido, em conformidade com os dados do Departamento de Ambiente da FCT-UNL, de 32% (de 53 gramas por metro cúbico para 36 gramas) e a dos de dióxido de azoto de 19% (de 67 para 54 gramas por metro cúbico) após a introdução da rotunda.
Qualidade do ar também melhorou noutros locais de Lisboa
Ainda assim, o estudo detetou também noutros locais da cidade, nomeadamente Entrecampos e Olivais, onde se situam estações de monitorização da qualidade do ar, “reduções das concentrações de poluentes no período após 15 de Setembro, por comparação com a primeira quinzena do mês”.
Como tal, alerta a equipa da FCT-UNL, a redução da poluição na Avenida da Liberdade “poderá não ter tido relação direta” com a introdução da nova rotunda do Marquês de Pombal e com o novo regime de circulação na via, porque a “melhoria da qualidade do ar foi generalizada a toda a cidade”.
Apesar disso, o estudo salienta que a redução dos níveis de dióxido de azoto na Avenida da Liberdade “foi superior em relação a outros locais”, pelo que há, por agora, indicações de um “efeito positivo decorrente das intervenções neste local”.
A equipa de investigadores liderados por Francisco Ferreira sublinha que esta análise «tem um caráter muito preliminar, dado o período muito reduzido para esta comparação», recordando que a qualidade do ar «é influenciada por diversos fatores com grande variabilidade», como a meteorologia.
A análise baseou-se nos dados de qualidade do ar ainda não validados pela Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo.
[Notícia sugerida por Vítor Fernandes]