“Temos um conjunto de veias personificadas pelas estradas da cidade de Lisboa. Cada estrada é uma veia. Com grande volume de tráfego, a veia vai engordar, se a média de velocidades está mais lenta aproximamos a cor de um vermelho mais escuro como se o sangue estivesse a estagnar”, explicou Pedro Cruz, o autor da ideia, à Lusa.
No fundo, o projeto criado pelo estudante é, nada mais, que uma metáfora que associa os organismos vivos aos problemas circulatórios. Usando informação do Opne Street Map, Pedro Cruz criou um sistema físico que representa a rede rodoviária e cada veículo. Os dados são então sobrepostos sobre esta estrutura, o que possibilita saber onde está cada veículo num determinado momento, lê-se no site do investigador.
Pedro Cruz criou um vídeo, que se encontra disponível no seu site, que representa todo este sistema. Verifica-se que quando o número de veículos aumenta, a veia torna-se mais espessa. A velocidade dos carros também influência a dinâmica do sistema, aumentando ou diminuindo o seu comprimento. A velocidade de circulação altera também a cor das veias que se tornam mais escuras caso os veículos circulem mais devagar, ou seja, dando a ideia de estagnação.
Este trabalho resultou de um projeto de mestrado e está exposto do MoMa – Museu de Arte Moderna de Nova Iorque até dia 7 de Novembro. “Teve um ótimo feedback e esteve no catálogo da exposição”, disse Pedro Cruz à Lusa.
Pedro Cruz recebeu vários aplausos com este projeto intitulado “Lisbon’s Blood Vessels”. Além da exposição em Nova Iorque, este também na Siggraph, o maior evento de computação gráfica e tecnologia do mundo, que recebe anualmente milhares de visitas e este ano decorreu em Vancouver, Canadá. Além disso, levou Pedro Cruz à semifinal de uma competição de estudantes.
Atualmente o estudante está a fazer um doutoramento e foi convidado a passar um ano no prestigiado Massachusetts Institute of Technology. “Vou estar uns meses em Boston e outros em Singapura. O laboratório com que vou trabalhar está a lidar com mapeamento de cidades em tempo real”, disse à Lusa.