Os trabalhadores da rede de elétricos e autocarros de Nice, em França, decidiram a oferecer a um colega 362 dias das suas férias para que este possa ficar em casa a tratar da mulher grávida, que sofreu recentemente um derrame cerebral.
Num gesto raro de solidariedade, os trabalhadores da rede de elétricos e autocarros de Nice, em França, decidiram a oferecer a um colega 362 dias das suas férias – acumulados através de um mecanismo de compensação de horas extraordinárias, o RTT – para que este possa ficar em casa a tratar da mulher grávida, que sofreu recentemente um derrame cerebral.
A notícia é avançada pela AFP, que conta que os colegas de Karim Zaouai, de 32 anos, conseguiram, numa única semana, juntar dias de férias equivalentes a um ano graças à contribuição de, pelo menos, 200 motoristas.
Graças à generosidade dos outros trabalhadores da rede de transportes, Zaouai poderá ficar em casa com a esposa, que se encontra, atualmente, à espera de uma cesariana marcada para 17 de Novembro e a recuperar do episódio que levou a que necessitasse de internamento hospitalar.
“Foi um dos meus amigos que tomou a iniciativa”, contou o motorista à agência francesa, explicando que a mulher precisa de ser “acompanhada em permanência quando regressar a casa com o bebé”, já que terá de aprender a andar por causa do derrame cerebral que sofreu.
Em França, os RTT foram atribuídos em 2000, ano em que o tempo de trabalho passou das 39 para as 35 horas por semana. Em Abril deste ano, passou a ser possível doar as RTT desde que haja autorização do empregador.
Esta lei visa permitir às famílias “conciliar a vida profissional com momentos de grande sofrimento pessoal, como uma doença ou a perda de um filho”.